A Venezuela recusou receber ajuda humanitária enviada pelo vizinho Brasil, revelou o Presidente brasileiro, Michel Temer, numa carta em que manifesta preocupação pela crise político-económica venezuelana. “Reafirmo que é com especial preocupação que acompanhamos a situação na Venezuela. Já oferecemos ajuda humanitária, em particular, inclusive, pela doação de medicamentos. Infelizmente, a oferta não foi aceite”, afirma na missiva enviada ao presidente do parlamento venezuelano, Júlio Borges.

O documento, cujo conteúdo foi hoje divulgado em Caracas, explica que o Governo brasileiro continua “na disposição de contribuir, na medida do possível, no mais absoluto respeito pela soberania da Venezuela”. “Saiba vossa excelência e saibam todos os vossos concidadãos que o Brasil está e sempre estará ao lado do irmão povo venezuelano”, sublinha.

Na Venezuela, são cada vez mais frequentes as queixas da população sobre as dificuldades para aceder a alguns produtos do cabaz básico alimentar e medicamentos, uma situação que o parlamento venezuelano, em que a oposição é maioritária, considera configurar um quadro de emergência humanitária no país. Segundo a imprensa venezuelana, o Governo do Presidente Nicolás Maduro tem dificultado a entrada de medicamentos, recolhidos em diversos países e enviados ao cuidado da Cáritas.

O Executivo admite falhas na distribuição de produtos alimentares e medicamentos, mas suspeita que por detrás do apoio esteja a ser configurada uma violação da soberania nacional. Fontes da Associação Farmacêutica Venezuelana dão conta que a escassez de medicamentos ronda os 85%.

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