Rui Horta e Costa renunciou ao cargo de administrador não executivo dos CTT, anunciaram esta quarta-feira os CTT em comunicado. A renúncia acontece no mesmo dia em que o Correio da Manhã ter noticiado que tinha sido constituído arguido na Operação Marquês, indiciado por corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

“Horta e Costa comunicou hoje a esta Sociedade a sua renúncia ao cargo de Administrador Não Executivo dos CTT, assim como a sua indisponibilidade para o exercício de idênticas funções no mandato 2017-2019, por motivos pessoais supervenientes à divulgação ontem efetuada das Recomendações da Comissão de Governo Societário, Avaliação e Nomeações do Conselho de Administração dos CTT”, lê-se no comunicado, citado pelo Correio da Manhã.

Fonte oficial da Procuradoria-Geral da República confirmou ao Observador que Horta e Costa é o 21.º arguido da Operação Marquês. “Confirma-se que Rui Horta e Costa foi constituído arguido no âmbito da designada Operação Marquês. O arguido, que é suspeito da prática de factos suscetíveis de integrarem os crimes de corrupção ativa, fraude fiscal, branqueamento e abuso de confiança”, lê-se na resposta enviada pela assessoria de imprensa da PGR.

A mesma fonte oficial informou ainda que o ex-gestor dos CTT ficou “sujeito à medida de coação de termo de identidade e residência”.

Segundo o Correio da Manhã, Rui Horta e Costa, que foi administrador do resort Vale do Lobo, é suspeito de ter promovido o alegado pagamento ilícito de dois milhões de euros a Armando Vara e Carlos Santos Silva, através de uma parcela de dinheiro não declarada no negócio de venda de um lote de terreno em Vale do Lobo ao holandês Sander van Gelder.

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Horta e Costa: “Estou ao dispor da Justiça”

Num comunicado enviado para as redações ao fina da tarde desta quarta-feira, Rui Horta e Costa confirmou que tinha prestado “declarações ontem, dia 7 de Fevereiro, tendo sido constituído arguido”.

Na sequência dessa diligência processual, o gestor diz quer preparado “uma carta a demitir-me do único cargo que desempenhava em empresas com capital disperso enquanto administrador não-executivo e independente”. Isto é, da administração dos CTT.

Rui Horta e Costa diz que está, “como sempre estive e não poderia deixar de estar, ao dispor da Justiça, confiando no seu julgamento e desejando a celeridade da sua ação para que seja reposta a verdade dos factos e, assim, possa retomar a minha atividade profissional sem quaisquer constrangimentos”.

A concluir o comunicado, o ex-administrador dos CTT diz que não pretende discutir pormenores do caso que o envolve na Operação Marquês e compromete-se a não fazer mais declarações públicas sobre o caso.