Um protesto organizado por funcionários públicos perto da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro resultou em confrontos violentos entre polícias militares e manifestantes.

Imagens transmitidas ao vivo nas redes sociais, pelo coletivo de jornalistas Mídia Ninja, mostra que as ruas do centro do Rio de Janeiro se transformaram num verdadeiro campo de guerra, com a polícia a lançarem centenas de granadas de gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.

O protesto foi ainda marcado pela atear de pequenos incêndios em caixotes de lixo e no interior de uma agência bancária, tendo alguns dos manifestantes arremessado objetos e “cocktails molotov” contra a polícia.

A manifestação resultou de um protesto organizado por funcionários públicos do Rio de Janeiro contra o pacote de austeridade defendido pelo Governo local, que atravessa uma grave crise financeira e pretende promover cortes de gastos para limpar o défice das contas públicas.

Desde o ano passado que os funcionários públicos estão com salários atrasados e algumas corporações, como a dos polícias, já chegaram a considerar uma paralisação que poderia mergulhar o Rio de Janeiro num caos semelhante ao que se verifica no Estado vizinho, do Espírito Santo, onde desde o último sábado uma greve de agentes da polícia está em curso, tendo os saques e crimes resultado já na morte de dezenas de pessoas.

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No início da noite (madrugada em Lisboa) os deputados do Rio de Janeiro vão começar a debater os termos da privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), uma ação pedida pelo Governo Federal como contrapartida de um empréstimo já negociado.

Além da insatisfação dos funcionários, o Estado do Rio de Janeiro enfrenta também uma séria crise política.

Na quarta-feira, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro cassou o mandato do Governador Luiz Fernando de Souza Pezão, e do vice-governador, Francisco Dornelles, por abuso de poder económico e político durante a última campanha eleitoral.

Apesar de cassados continuam a deter o poder executivo no Estado, uma vez que a decisão do TRE não é definitiva, cabendo ainda recurso nutras instâncias da justiça brasileira.