Se fosse viva, Maria do Carmo Miranda da Cunha, mais conhecida como Carmen Miranda, faria 108 anos. A baiana que trocou Portugal, onde nasceu, pelo Brasil aos dez meses de vida é esta quinta-feira recordada pelo Google. E quem não se recorda do verso “O que é que a baiana tem? Tem graça como ninguém”?

A artista musical que, em 1955, deixou o país carioca de luto, depois de falecer aos 46 anos na sequência de um ataque cardíaco, é hoje homenageada num divertido e colorido doodle: entre tantas bailarinas de sorriso no rosto está Carmen com o típico chapéu carregado de frutas sobre a cabeça.

A carreira de Carmen — já aqui recordada — foi meteórica. A música foi uma paixão de adolescente que nunca mais a largou. Foi numa rádio local que começou por mostrar o jeito e dom para cantarolar, sendo que em 1928 já era uma estrela no Brasil. A estreia no cinema viria em 1933 com a participação no documentário “A Voz do Carnaval” — dois anos depois estava no grande ecrã, com “Alô, Alô, Brasil”, de 1935.

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Entre os anos 1930 e 1950 a artista, que ficaria conhecida como “Bomba Brasileira”, dividiu a vida e a carreira entre o Brasil e os EUA, na sequência do sucesso de “O que é que a baiana tem?”, que viu a luz do dia no musical “Banana da Terra”, em 1939. À voz e jeito carismático de dançar somou-se a participação em 14 filmes nos Estados Unidos, país que acolheu o seu ar exótico de braços abertos.

Durante os anos em que trabalhou e acumulou sucesso na terra de todas as oportunidades, Carmen chegou a receber o salário mais alto alguma vez pago a uma mulher naquele país, tal como recorda o El País. Mas enquanto os norte-americanos deliciavam-se com a personagem que Carmen incorporava, do Brasil vinham críticas quanto aos estereótipos latinos que a cantora também representava.

Mais de 60 anos depois de ter morrido, Carmen Miranda continua a ser uma referência musical e, sobretudo, cultural — é ela, tantos anos depois, um dos símbolos do país que ensinou o mundo a sambar.