A greve dos polícias no Estado do Espírito Santo, sudeste do Brasil, terá causado pelo menos 106 mortes violentas segundo o Sindicato de Policiais Civis (Sindipol), mas as autoridades alegam não dispor de dados oficiais.

O governo, através da Secretaria de Segurança Pública, diz não ter números oficiais sobre a alta do número de assassinatos no Estado, desde o início da greve, há seis dias, com a região a sofrer desde então uma onda de violência.

Saques a lojas, supermercados, assaltos e tiroteios foram registados em larga escala em diversas cidades, inclusive na capital Vitória, onde os serviços de transporte, bancos, postos de saúde e escolas permanecem fechados.

Os polícias reivindicam aumentos salariais e melhoria nas condições de trabalho e como a lei os impede de organizar greves, são os seus familiares e amigos que, defronte dos quartéis e esquadras, os impede de sair para patrulhar as ruas.

O Governador do Estado, Paulo Hartung, de baixa por doença, classificou na quarta-feira a paralisação como “chantagem” a paralisação dos policiais. Hartung deve reassumir o cargo na próxima semana.

Já o ministro da Defesa, Raul Jungmann, garantiu, esta quinta-feira no Porto, acreditar que a “normalidade” regressará ao Estado de Espírito Santo “nas próximas horas”, admitindo, no entanto, que vai regressar ao Brasil mais cedo do que previsto para estar “mais próximo”. O governante falava no final do primeiro dia de programa do I Diálogo da Indústria de Defesa de Portugal e do Brasil, que decorreu no Porto.

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