Here’s to the ones who dream, foolish as they may seem“. Traduzindo, esta é para os que sonham, por mais tolos que pareçam, diz a letra da música do filme mais premiado da noite. O musical “La La Land” dominou a entrega dos prémios BAFTA de 2016, os galardões britânicos para o cinema que costumam servir de antevisão para os resultados nos Óscares. “La La Land” sonhou, mas não fez figura de tolo. No seu discurso, o produtor cinematográfico Jordan Horowitz soube justificar a vitória: “Eu acho que o filme, no seu melhor, revela que há mais coisas que nos unem do que as lágrimas nos separam”.

Emma Stone ganhou o prémio de melhor atriz principal no musical , que admitiu ter desempenhado “uma das maiores experiências de trabalho” da carreira. “La La Land” recebeu também o prémio de melhor filme, que valeu a Damien Chazelle, criador do musical, o prémio de melhor realizador na 70ª edição das cerimónias. Do mesmo filme saíram outros vencedores: a canção homónima de “La La Land”, composta por Justin Hurwitz, foi considerada a melhor música original do ano. A cinematografia do musical, da responsabilidade de Linus Sandgren, garantiu a “La La Land” mais um prémio nesta edição dos BAFTA.

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O prémio BAFTA para melhor documentário foi entregue a “13th”, uma referência à Constituição dos Estados Unidos da América, onde se lê que “não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente condenado”.

Mas Ryan Gosling, ator principal do musical nomeado para 14 Óscares, não conquistou os britânicos. Quem venceu o prémio de melhor ator principal foi Casey Affleck, a estrela de “Manchester By the Sea”, filme que venceu também o prémio de roteiro original, assinado por Kenneth Lonergan. O irmão de Ben Affleck disse ter ido buscar inspirações à sua própria vida: “A razão pela qual sou ator é porque quando eu era uma criança a minha mãe levou-me a uma reunião de Alcoólicos Anónimos para filhos de viciados em álcool. Foi uma terapia e atuar tem sido uma terapia a vida toda”.

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Quanto aos atores secundários, quem levantou a estatueta foram Dev Patel pela prestação em “Lion” — que valeu a Luke David o prémio de melhor roteiro adaptado — e Viola Davis pela participação no filme “Fences”.

Nenhum destes filmes levou o prémio mais alto dos BAFTA: a estatueta para melhor filme britânico foi para “I, Daniel Blake”. Ainda em inglês, o filme “Home”, que saiu das mãos de Shpat Deda, Afolabi Kuti, Daniel Mulloy e Scott O’Donnell, levou para casa o prémio de melhor curta-metragem britânica. A melhor curta animada britânica foi “A Love Story”, um filme de Khaled Gad, Anushka Kishani Naanayakkara e Elena Ruscombe-King. Deixando o inglês para trás, o filme húngaro “Filho de Saul” de Laszlo Nemes e Gabor Sipos foi considerado o melhor filme estrangeiro pelo júri dos BAFTA.

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O público teve direito a escolher um prémio para “estrela em ascensão”. O prémio foi entregue a Tom Holland pela sua prestação em “Homem-Aranha”. Um prémio semelhante, mas desta vez sem palavra do público, é entregue a um diretor, escritor ou produtor britânico que se tenha estreado este ano. Em 2017, o prémio coube a Babak Anvari (escritor/diretor), Emily Leo, Oliver Roskill e Lucan Toh (produtores), pelo filme “Under the Shadow”.

Nas categorias técnicas, “Hacksaw Ridge” venceu o prémio de melhor edição dos prémios britânicos. O vencedor dos melhores efeitos especiais foi “O Livro da Selva”. E o prémio de melhor filme animado foi entregue a “Kubo e as Duas Cordas”, que ultrapassou “À Procura de Dory”, “Vaiana” e “Zootópia”. Na categoria de melhor edição sonora, “Arrival” de Sylvain Bellemare, Claude La Haye e Bernard Gariépy Strobl conquistou a estatueta inglesa. “Jackie”, um retrato da mulher de John F. Kennedy, foi o melhor para design de moda de acordo com o júri dos BAFTA, mas as preparações de maquilhagem e cabelo foram melhores em “Florence, Uma Diva Fora de Tom”, protagonizada por Meryl Streep. Por último, “Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los” (uma prequela de Harry Potter) ganhou o galardão de melhor design de produção.