O presidente da EBA (Autoridade Bancária Europeia) deixou um apelo para a criação de um banco mau, a nível da União Europeia. Em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt, Andrea Enria, avisa que é cada vez mais urgente começar a limpar o crédito mal parado que está depositado nos balanços dos bancos e que ultrapassa um bilião de euros.

A boa notícia, sublinha, “é que o rácio de crédito em incumprimento está a começar a baixar, mas a descida tem sido muita lenta”. Daí que o presidente do regulador europeu deixe o alerta: “Há uma necessidade urgente de ação política”.

Para Andrea Endria, a criação de um banco mau não significa necessariamente que os contribuintes europeus tenham de pagar a limpeza dos empréstimos de má qualidade de alguns países. Qualquer ajuda de Estado que venha a ser considerada necessária para eliminar empréstimos de má qualidade seria sempre uma responsabilidade de cada país, acrescenta.

Portugal é um dos países que tem defendido a criação de um banco mau, ou melhor de um veículo privado, para o qual venham a ser transferidos ativos e créditos problemáticos que hoje estão a afundar os resultados de alguns dos maiores bancos nacionais. Esta solução tem de ser negociada com a Comissão Europeia, na medida em que poderá envolver instrumentos públicos, sobretudo garantias públicas, que possam vir a ser considerados ajuda de Estado.

O Banco de Portugal já recebeu pelo menos quatro propostas de fundos e especialistas internacionais com soluções para resolver o problema do malparado na banca. Uma dessas propostas veio do ex-quadro do banco de investimento Goldman Sachs, António Esteves.

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