O Governo brasileiro autorizou, esta segunda-feira, a participação de militares no reforço da segurança no Rio de Janeiro, face à possibilidade da greve desencadeada há mais uma semana pelos agentes da polícia no Estado de Espírito Santo ser replicada.

O pedido foi feito pelo Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que foi recebido esta segunda-feira pelo Presidente da República, Michel Temer, em Brasília.

Segundo informações da Agência Brasil, o Ministério da Defesa já trabalha no planeamento da ação para decidir quantos militares serão enviados para o Estado do Rio de Janeiro e os locais onde serão colocados. O desdobramento das forças armadas no Rio de Janeiro deve começar na terça-feira.

O reforço foi solicitado porque alguns membros da polícia militar carioca têm-se recusado a fazer o patrulhamento fora dos quartéis, em protesto contra os atrasos recorrentes no pagamento dos salários.

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No Espírito Santo, a greve da polícia militar começou no passado dia 4 de fevereiro, mergulhando o Estado numa onda de crimes.

O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol) anunciou, esta segunda-feira, que em dez dias de paralisação dos policiais pelo menos 146 pessoas foram assassinadas de forma violenta no Estado.

A Secretaria da Segurança Pública do Espírito Santo continua sem divulgar números oficiais dos homicídios que aconteceram neste período.

A greve destes polícias é marcada pela presença de familiares dos agentes defronte dos quartéis, impedindo a saída dos agentes para patrulhar as ruas das cidades.

Esta segunda-feira de manhã, antes de confirmar a autorização do envio de homens para o Rio de Janeiro, o Presidente Michel Temer fez uma declaração à imprensa em que garantiu que as forças armadas estão “prontas para restaurar a lei e a ordem” se greves forem iniciadas por agentes da polícia.

Michel Temer voltou a descrever a paralisação no Espírito Santo como uma “rebelião” da polícia militar, já que a lei não reconhece o direito à greve à corporação.