O ex-conselheiro para a Segurança Nacional Michael Flynn foi interrogado pelo FBI já depois de assumir funções, sobre a conversa que teve com o embaixador russo quando estava equipa de transição de Donald Trump. As autoridades alertaram o Presidente que o conselheiro era vulnerável a chantagem por elementos russos.

A demissão de Michael Flynn não parece ter sido o fim da polémica como a administração norte-americana gostaria, mas cada vez mais o início do primeiro grande caso da administração Donald Trump.

Michael Flynn, general reformado, falou com o embaixador russo quando Barack Obama, ainda Presidente, tinha decidido endurecer as sanções contra a Rússia depois do relatório das agências de segurança que apontavam para a influência russa nas eleições presidenciais que deram a vitória a Trump.

Flynn não disse à administração que servia que falou sobre sanções com o embaixador russo, algo que não podia fazer, durante a conversa telefónica. Foi um erro fatal, que lhe valeu a perda de confiança do Presidente Donald Trump e a sua consequente demissão, pedida pelo Presidente norte-americano.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mas a história pode não ficar por aqui. De acordo com o New York Times, Michael Flynn foi interrogado logo em janeiro, já depois de tomar posse, sobre o telefonema com o embaixador russo.

Citando fontes não identificadas, o jornal norte-americano diz que apesar de não ser claro o que Flynn disse na conversa com os agentes federais, este não terá sido proativo a revelar o conteúdo da conversa.

Se o FBI concluir que Michael Flynn mentiu no interrogatório, o general pode ser alvo de uma acusação criminal. O ex-membro da administração manteve publicamente, depois da conversa com o FBI, que não falou sobre sanções como embaixador russo, algo que se provou ser falso.

As dúvidas em relação a Michael Flynn e ao que disse às autoridades levaram a Sally Yates, então procuradora-geral (demitida por Trump por ter recusado implementar a proibição de entrada a refugiados e a cidadãos de sete países de maioria muçulmana), a alertar a Casa Branca: Flynn era vulnerável a chantagem por parte da Rússia devido à inconsistência entre o vinha a dizer publicamente e aquilo que as autoridades sabiam ser verdade.

A possibilidade de Flynn ter falado sobre sanções com o embaixador russo levou o FBI a abrir uma investigação para verificar se Flynn violou uma lei antiga e obscura que proíbe cidadãos privados (que Flynn era à data do telefonema) de negociar com governos estrangeiros em nome dos EUA.

O caso terá surgido porque Flynn terá falado com um responsável russo sob escuta da NSA, a agência de segurança nacional norte-americana.