O humorista britânico John Oliver, que tem um programa televisivo muito popular nos EUA, comprou espaços publicitários em várias estações de televisão para “educar” Donald Trump, e assim evitar que tome decisões baseadas em informação com problemas.

A comunicação social dos EUA tem noticiado que Trump acompanha com regularidade estas cadeias, em particular Fox News, CNN e MSNBC. Em várias ocasiões, reagiu de forma rápida a declarações feitas minutos antes nos canais com o envio de mensagens na rede social Twitter.

Durante a sua emissão de humor político “Last Week Tonight”, que no domingo passado iniciou a sua quarta temporada no canal HBO, John Oliver lamentou que Trump dependa, e se aproprie de forma regular, de informação não confirmada e por vezes errada. Constatando que não podia fazer passar a mensagem a Trump através da sua emissão, porque “ele não a vê”, mudou de estratégia.

“Há uma forma, modesta, através da qual podemos colocar factos úteis no seu consumo de ‘media'”, explicou o humorista, durante a primeira emissão da sua quarta temporada. Para tal, Oliver produziu vários anúncios e comprou espaços publicitários matinais na Fox News, CNN e MSNBC, só para a região de Washington, garantindo que Trump os vê se estiver frente ao écran. Os anúncios são protagonizados por um ator que se apresenta como vaqueiro (‘cowboy’) profissional.

O anúncio começa da mesma maneira, mas o ‘cowboy’ passa a explicar um assunto, por exemplo, o que é tríade do arsenal nuclear norte-americano, uma noção que Trump parece desconhecer, como transpareceu quando foi interrogado sobre o assunto, durante um dos debates da campanha eleitoral.

A tríade inclui os mísseis intercontinentais, os submarinos e os bombardeiros estratégicos. Na segunda de manhã, várias pessoas afirmaram, nas redes sociais, terem visto o anúncio numa das três cadeias. “Até que nos parem, estamos prontos a educar Donald Trump sobre assuntos de que estamos seguros que ele os desconhece, um a um”, anunciou John Oliver, exibindo extratos de anúncios futuros. “Matar as famílias dos terroristas pode parecer uma demonstração de força, mas, segundo a Convenção de Genebra, é um crime de guerra”, explica o ‘cowboy’ em outro anúncio, referindo-se a uma promessa de campanha de Trump.

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