Os ministros da Defesa dos países da NATO vão aprovar, esta quarta-feira, a criação de um núcleo específico para o Sul no comando de Nápoles, Itália, anunciou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg. O núcleo “irá ajudar-nos a coordenar a informação sobre países críticos como a Líbia e o Iraque e ajudar-nos a enfrentar o terrorismo e outras ameaças provenientes da região”, declarou. O secretário-geral da NATO falava aos jornalistas na sede da NATO, em Bruxelas, antes da reunião do Conselho do Atlântico Norte.

O núcleo contará com cerca de 100 elementos, metade dos quais já trabalham no Comando de Nápoles (Joint Force Command), segundo precisou aos jornalistas um oficial da NATO num briefing sobre o reforço da estratégia da NATO para o sul.

Sediado em Nápoles, Itália, o Joint Force Command foi criado em 2004 para substituir o comando da Europa do sul e coordena atualmente a força da NATO no Kosovo e o apoio da Organização às missões militares da União Africana. A criação do núcleo partiu de uma proposta da Itália e é mencionada na carta que os ministros da Defesa de Portugal, Itália, Espanha e França enviaram ao secretário-geral da NATO, com propostas para o reforço da estratégia para o sul.

O novo núcleo irá começar a funcionar “o mais rápido possível”, ainda em 2017, até porque parte da estrutura já existe, disse o responsável, frisando que a criação do centro – vocacionado para a recolha de informação – é “apenas um elemento” da estratégia da NATO para o sul.

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A reunião desta quarta-feira irá contar com o secretário da Defesa norte-americano James Mattis, cuja presença é aguardada com expetativa, admitiu Jens Stoltenberg, que sublinhou que “um laço transatlântico” forte “é bom para a Europa e também para os EUA”.

O secretário-geral da NATO disse ainda que serão tomadas decisões para assegurar que a Organização “continuará forte e flexível” perante os desafios emergentes, nomeadamente quanto à necessidade de aumentar os gastos com a defesa. Por outro lado, os aliados vão fazer o ponto da situação sobre o envio de quatro batalhões multinacionais para a Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia, decidido em outubro.

Na quinta-feira será aprovado um “plano para a ‘ciberdefesa'”, que se mantém uma prioridade, frisou Jens Stoltenberg, adiantando que o ano passado foram registados pela NATO 500 “incidentes por mês”, o que representou um aumento de 60% face ao ano anterior.