O ministro da Defesa considerou, esta quinta-feira, positivas mas insuficientes as medidas adotadas na quarta e quinta-feira na reunião da NATO para reforçar a estratégia para o “flanco sul”, defendendo que a Organização deve adaptar-se a ameaças menos clássicas. Azeredo Lopes destacou como “muito importante” a decisão de instalar, no comando da NATO em Nápoles, Itália, um núcleo vocacionado para recolha e gestão de informações visando uma melhor compreensão das ameaças a sul.

Este hub será composto por 100 elementos, metade dos quais já trabalha atualmente no comando de Nápoles (Joint Force Command).

A criação do núcleo partiu de uma proposta da Itália e é mencionada na carta que os ministros da Defesa de Portugal, Itália, Espanha e França enviaram ao secretário-geral da NATO, com propostas para o reforço da estratégia para o sul.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião de ministros da Defesa da NATO, Azeredo Lopes destacou que “a questão do flanco sul entrou definitivamente na agenda da NATO” quando “há um ano” essa discussão era “no mínimo difícil”. Contudo, “essas medidas não são ainda suficientes”, sustentou, acrescentando que a “Organização tem de ser capaz de se adaptar a ameaças e desafios um pouco menos clássicos do que encontramos no flanco leste”.

As ameaças do terrorismo transnacional, as consequências laterais, a instabilidade política avassaladora em vários países no continente africano e os fluxos migratórios justificam o reequilíbrio do foco da Aliança Atlântica entre leste e sul, sustentou.

Quanto às relações entre a NATO e a União Europeia, Azeredo Lopes sustentou que deve haver complementaridade e não uma “concorrência estéril”.

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