Questionado sobre se conheceria os conteúdos dos famosos SMS trocados entre o ministro das Finanças Mário Centeno e António Domingues, ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos, Carlos César disse não saber de nada: “Não espreito os telemóveis de ninguém”. Para o presidente do PS, o conteúdo dos SMS não deve ser tornado público, uma vez que, na sua opinião, “não devem existir conveniências políticas que se sobreponham ou que conflituem com a lei ou com a Constituição”.

Numa entrevista concedida ao jornal Público, o presidente do PS e líder parlamentar da bancada socialista defendeu Centeno do princípio ao fim, de quem disse gostar “imenso”, além de o considerar “um dos grandes vencedores da política portuguesa”. No entanto, e considerando a polémica em torno da declaração de rendimentos dos gestores da Caixa perante o Tribunal Constitucional, afirmou que Centeno “não é um orador extraordinário”, pelo que “não o escolheria para o momento mais forte de um comício, mas acho que foi muito bem escolhido para ministro das Finanças”.

“Ao longo deste ano, ele fez uma maratona em que saiu vencedor e é estranho que a pergunta que se faz é se ele falou com alguém ou não no decurso dessa maratona. Ele fez a maratona e ganhou, e os resultados estão à vista”, afirmou, referindo-se ao défice não superior a 2,1% do PIB, ao crescimento das exportações e ao aumento de emprego.

Sobre o comunicado do Presidente da República — que pela primeira vez em quase um ano de mandato presidencial teve um “arrufo sério” com António Costa –, Carlos César voltou a referir que a posição de Marcelo foi uma de “solidariedade institucional e política”, a qual permitiu que o processo fosse ultrapassado.

A grande conclusão que se pode retirar da mensagem do Presidente da República, neste caso, não é a confiança que tem num ministro, porque isso cabe ao primeiro-ministro, é a de que o país devia confiar num político e na condução que ele está a fazer especificamente do sector das finanças e da política económica do país.

A demissão do ex-presidente da Caixa é, na opinião de Carlos César, “um assunto ultrapassado”, uma vez que “interessa muito mais a CGD e a sua perenidade do que a atual vida de António Domingues”.

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