A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, admitiu esta quinta-feira pedir uma audiência ao Presidente da República para discutir as “questões do funcionamento do parlamento” que se prendem com a Caixa Geral de Depósitos, defendendo os “direitos das minorias”.

“Não excluo, por exemplo, pedir uma audiência ao senhor Presidente da República para discutir estas questões do funcionamento do parlamento que nos estão a preocupar muito”, afirmou Assunção Cristas, durante a iniciativa “Eco Talks”, do jornal económico online Eco, que decorreu num hotel de Lisboa.

A líder centrista defendeu que é dever do CDS no parlamento “trabalhar para ser conhecida a verdade” sobre alegadas garantias dadas ao ex-administrador da Caixa sobre deveres de declaração dos rendimentos e sublinhou os direitos das minorias no funcionamento da Assembleia: “Não há uma sociedade democrática e estável que possa funcionar apenas com os direitos das maiorias”.

Noutro país da Europa, referiu a líder centrista, provavelmente o ministro das Finanças já não estaria em funções, mas recusou, mais uma vez, pedir a demissão. Cristas apontou baterias ao primeiro-ministro, que, considera, deve assumir e explicar os episódios em torno da anterior administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Para Assunção Cristas, António Costa “é muito ardiloso” e “muitíssimo hábil em retirar-se de cena em qualquer situação incómoda”.

Os requerimentos apresentados pelo PSD e CDS-PP para que as informações trocadas entre o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o ex-presidente da CGD, António Domingues, sejam usados na comissão parlamentar de inquérito foram chumbados na quarta-feira pelo PS, BE e PCP. Os grupos parlamentares que suportam o Governo socialista consideram que os documentos que António Domingues enviou para a comissão de inquérito, 176 páginas, ultrapassam o respetivo objeto, pelo que inviabilizaram a sua admissibilidade.

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