As empresas mineiras das Filipinas acusaram, esta quinta-feira, o governo de querer “acabar com a indústria”, após a proposta de cancelamento de 75 contratos de extrações e encerramento de 23 minas em todo o país por danos para o ambiente. A ministra do Ambiente, Gina López, afirmou na terça-feira que vai cancelar 75 dos 311 contratos mineiros das Filipinas, apenas uma semana depois de ter anunciado o seu plano de encerrar definitivamente 23 das 41 minas operacionais no país, porque poluem os aquíferos e prejudicam as comunidades locais. A decisão abriu uma guerra entre o governo e os empresários da indústria mineira, os quais garantem que as iniciativas de Gina López colocam em risco projetos avaliados em 22.000 milhões de dólares (20.700 milhões de euros).

A ministra do Executivo liderado por Duterte, conhecida ecologista, “está decidida a acabar com a indústria”, afirmou Ronald Recidoro, vice-presidente de assuntos jurídicos e políticos da Câmara de Minas, ao diário local Inquirer. “Com ela não vemos um futuro para nós”, sustentou o representante dos mineiros, acusando ainda a ministra de pôr em risco “milhares de milhões de dólares” de fundos públicos em futuros processos judiciais e indemnizações aos proprietários das explorações no caso de seguir em frente com o seu plano.

O encerramento de 23 minas – 19 de níquel, duas de crómio, uma de ouro e outra de ferro – proposto por López conta atualmente com o apoio do Presidente filipino, apesar de Rodrigo Duterte ter, todavia, ratificado legalmente a decisão da sua ministra do Ambiente. “Nunca vamos poder recuperar a natureza tal como estava antes, pelo que as vou encerrar todas”, declarou Duterte, no domingo, em referência às explorações mineiras supostamente danosas para o ambiente da ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, a sua terra natal.

Filipinas é o maior exportador de níquel do mundo e possui 27 minas deste metal, as quais poderão ficar reduzidas a apenas oito caso o plano do Governo se concretize.

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