O FBI não deverá apresentar queixa contra o antigo chefe do Conselho de Segurança do presidente norte-americano, Michael Flyyn, no seguimento das declarações mais ou menos verdadeiras que terá prestado à polícia federal norte-americana num interrogatório a respeito das conversas telefónicas que manteve com o embaixador da Rússia nos EUA. Segundo avança a CNN, o FBI concluiu que Michael Flynn não foi “mal intencionado” quando prestou as declarações.

Em causa, o interrogatório que o FBI fez a Michael Flynn nos primeiros dias de governo de Donald Trump sobre as conversas telefónicas e encontros que o então chefe do Conselho de Segurança teve com o embaixador da Rússia nos EUA. Segundo avançou esta quarta-feira o New York Times, os investigadores do FBI saíram do interrogatório a acreditar que Flynn não tinha sido completamente honesto, e que tinha mesmo enganado o vice-Presidente Michael Pence e outros funcionários da Casa Branca sobre o facto de ter abordado o assunto do levantamento das sanções norte-americanas à Rússia.

Michael Flynn acabou por ser despedido por Donald Trump, no início desta semana, por ter supostamente “escondido” informação de Michael Pence sobre as suas conversas com o embaixador russo Sergey Kislyak. Num suposto encontro em dezembro, Flynn e o embaixador russo terão discutido temas como as sanções norte-americanas à Rússia, mas perante o FBI o governante disse aos investigadores que esse assunto não tinha sido abordado. Perante a insistência dos agentes da polícia federal, Flynn acabaria por dizer que não se lembrava se o assunto tinha ou não sido tratado nesse telefonema. E terá sido isso que o “salvou” de um processo.

Caso se provasse que tinha prestado falsas declarações, o FBI ameaçava processar o antigo chefe do Conselho de Segurança de Donald Trump. Mas agora, segundo a CNN, o FBI concluiu que Michael Flynn não quis “induzi-los em erro de forma intencional” pelo que não vai avançar com qualquer queixa.

Pouco antes do fim do mandato, a administração de Barack Obama impôs sanções à Rússia pela utilização da hackers com o objetivo de interferir nas eleições presidenciais norte-americanas. De acordo com um relatório divulgado no início de janeiro, encomendado por Obama, Vladimir Putin terá ordenado a espionagem dos emails do Comité Nacional do Partido Democrata e de vários membros do partido, incluindo do diretor da campanha de Hillary Clinton, tornando públicas várias informações através de sites como o WikiLeaks.

Foi nessa altura que Michael Flynn terá tido uma reunião privada com Sergey Kislyak e discutido o levantamento das sanções, que tinham então sido anunciadas por Obama. Segundo o Washington Post, que avançou com a história, este terá sido, aliás, um de vários encontros que os dois representantes terão tido desde as eleições de 8 de novembro, e que se prolongaram pelo período de transição governamental. Numa entrevista recente, Kislyak admitiu ter estado em contacto com o Conselheiro para a Segurança Nacional, mas negou ter discutido a questão das sanções. Também Flynn negou ter falado com o embaixador sobre o levantamento das sanções — mas viria depois a mudar parcialmente a história perante o FBI, dizendo que “não se lembrava”.

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