As primeiras semanas da presidência de Donald Trump fazem escalar as estimativas de custos com segurança para a ordem das centenas de milhões de dólares ao longo dos quatro anos de mandato. Só nas três deslocações a Mar-a-Lago, na Flórida, para fins-de-semana de trabalho, o casal Donald-Melania Trump terá custado qualquer coisa como 10 milhões de dólares (cerca de 9,4 milhões de euros) aos cofres federais norte-americanos para garantir a segurança do Presidente e da primeira-dama, deslocações e estadas de funcionários e toda a logística que implica uma viagem do líder da maior potência mundial.

Essa avaliação foi feita com base num relatório do próprio Tesouro federal, citado pelo Washington Post. O documento, de outubro do ano passado, analisava as viagens da Casa Branca, onde se incluíam os custos com operações militares — como a proteção da costa, a cargo da Guarda Costeira –, custos com as equipas de segurança que seguem o Presidente 24 horas por dia, sete dias por semana, e ainda custos com a mudança de todo o universo presidencial.

“Ir lá abaixo não é grátis”, diz Tom Fitton, presidente do grupo conservador Judicial Watch, um organismo que já seguiu de perto os custos associados às viagens de lazer da família Obama. Esse trabalho deve prosseguir agora com Donald Trump na Casa Branca, a quem Fitton deixa um conselho sobre as suas viagens ao sudeste do país. Não é que o Presidente tenha aproveitado esses dias apenas para repor energias. Em Mar-a-Lago, Trump já se encontrou com chefes de Estado e assinou decretos presidenciais. A questão é que “esta é uma forma dispendiosa de conduzir os ‘negócios’ e o Presidente devia reconhecê-lo”, conclui o presidente da Judicia Watch.

Mas o problema é mais vasto. Trump tem o direito de deixar a sua família continuar a gerir o império Trump, que o Presidente pôs nas mãos dos filhos quando chegou à Casa Branca — foi essa a forma que encontrou para construir um muro em nome da ética e deontologia, durante a sua passagem pelo executivo. Só que quando os filhos Eric e Don Jr. viajam até aos Emirados Árabes Unidos para inaugurar um novo resort de golf da organização Trump, como acontece este sábado, isso implica uma logística complexa por parte dos serviços secretos que se mantêm próximos dos vários elementos da família. Da mesma forma, quando Eric Trump vai ao Uruguay promover a inauguração de um condomínio da empresa da família, isso tem um custo: 100 mil dólares em despesas de hotel, só com segurança e diplomacia.

O Washington Post escreve que os custos com “o estilo de vida elaborado” da família presidencial está a exigir mais do que o habitual (e, eventualmente, mais do que o suportável) aos serviços secretos e serviços de segurança norte-americanos. “Muito mais do que o habitual em presidentes anteriores”.

E isto só no primeiro mês de funções. A estimativa a quatro anos é pesada. Sem valores concretos, a estimativa é a de que essa fatura suba para as largas centenas de milhões de dólares. Outro exemplo: a segurança policial frente à Trump Tower, onde estão alojados a mulher e o filho mais novo de Trump, custa meio milhão de dólares por dia e que poderá chegar aos quase 200 milhões no final de cada ano.

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