O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou que foi realizada uma cimeira secreta, há quase um ano, com os Estados Unidos da América, Egito e Jordânia para discutir um acordo de paz regional, segundo o jornal Haaretz.

De acordo com o diário, citado pela agência EFE, o governante israelita assegurou aos ministros do seu partido, o Likud, que foi um dos promotores de um encontro organizado na cidade jordana de Aqaba, durante o qual o então secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ofereceu a Israel um acordo regional que Netanyahu recusou.

Antigos altos funcionários da administração de ex-Presidente Barack Obama revelaram ao Haaretz, sob anonimato, os detalhes da cimeira secreta, na qual estiveram presentes o presidente do Egito, Abdel Fattah Al Sisi e o rei da Jordânia, Abdullah II. De acordo com o diário israelita, a proposta incluía o reconhecimento de Israel como Estado judaico e o retomar das negociações de paz com os palestinianos com o apoio dos países árabes.

Benjamin Netanuahu não aceitou os termos do acordo proposto por Kerry com o argumento de que não seriam aceites pelos seus parceiros de Governo, de tendência ultranacionalista e defensores da anexação da Cisjordânia. O jornal noticiou, ainda, que o primeiro-ministro israelita tentou uma remodelação governamental para incluir o partido de centro-esquerda União Sionista, mas as negociações falharam.

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“A História, definitivamente, julgará tanto a dimensão da oportunidade como da oportunidade perdida”, afirmou este domingo na sua conta na rede social Twitter o líder do Partido Trabalhista israelita, Isaac Herzog, que teve conhecimento da cimeira poucos dias antes da sua realização em início de março de 2016.

A cimeira foi programada depois do falhanço das negociações de paz israelo-palestinianas de 2014 e do histórico acordo com o Irão sobre o seu programa nuclear.