O secretário-geral do PCP acusou este domingo o PSD de fazer da Caixa Geral de Depósitos uma “arma de guerrilha”, considerando que o partido não pode reclamar transparência quando esconde o objetivo principal, que é a privatização do banco.

No final da reunião deste domingo do Comité Central do PCP, Jerónimo de Sousa foi questionado sobre a constituição de uma nova comissão de inquérito sobre a Caixa, anunciada por PSD e CDS-PP na sexta-feira, tendo começado por acusar os sociais-democratas de não terem permitido “que se concluísse os trabalhos da anterior comissão”.

“O PSD faz disto permanentemente uma arma de guerrilha e bate-se muito pela transparência… Nunca foi capaz de responder a uma acusação direta, a uma denúncia, em relação ao seu objetivo supremo em torno da Caixa Geral de Depósitos, que é a sua privatização. Quem esconde um objetivo principal não pode reclamar transparência”, condenou.

Para o secretário-geral do PCP, os inquéritos são “uma figura parlamentar a defender, mas desde que respeite as estritas exigências da Constituição da República e da lei”, aguardando pela concretização desse anúncio.

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“PSD, e CDS, não quer nada transparência, não quer apuramento da verdade. O PSD quer, no essencial, complicar esta situação, particularmente num momento de início de recapitalização da CGD”, criticou.

As críticas de Jerónimo de Sousa também se destinam ao executivo socialista, considerando que “PSD e CDS têm o posicionamento que têm também muito animados pelos erros de condução deste processo por parte do Governo PS”.

Perante a insistência dos jornalistas sobre se o ministro das Finanças deveria revelar as sms trocadas com o antigo presidente da CGD, Jerónimo de Sousa foi perentório: “Eu fico imensamente preocupado, depois te ter procurado dizer coisas sérias – pelos vistos não consegui -, que continue este folhetim da CGD”.

“A direita está a conseguir o objetivo. Não queremos alimentar mais este folhetim, tendo em conta os objetivos que a animam”, enfatizou.