Milhares de romenos voltaram este domingo às ruas para exigir a demissão do governo social-democrata, sob fortes protestos desde que anunciou que pretendia suavizar as leis anticorrupção em vigor no país. Em Bucareste, a capital, cerca de duas mil pessoas juntaram-se em frente à sede do governo, apesar da forte chuva que hoje caía, gritando “demissão” e “ladrões”, relatou a agência de notícias francesa AFP.

“O governo atual perdeu toda a credibilidade. O Partido Social-Democrata ganhou as eleições, não contestamos isso, mas tem de encontrar gente honesta para dirigir o país”, disse um dos manifestantes à AFP. “É importante que continuemos vigilantes, dizer aos governantes que estamos atentos e que não toleraremos mais a corrupção”, acrescentou outra.

Outras três mil pessoas manifestaram-se em Cluj, no noroeste do país, empunhando bandeiras nacionais e da União Europeia. A 31 de janeiro, o governo adotou um decreto que despenalizava alguns atos de corrupção e, desde essa data, têm-se registado protestos quase diários, de dimensão inédita no país desde a queda do regime comunista, em 1989. A 5 de fevereiro, perto de meio milhão de pessoas protestaram, em simultâneo, em cinco dezenas de cidades por todo o país.

Perante tal mobilização, o governo liderado por Sorin Grindeanu revogou o decreto, mas ainda é preciso que o parlamento, onde os sociais-democratas detêm uma larga maioria, confirme a decisão.

Florin Iordache, autoproclamado autor do decreto que propunha despenalizar crimes de abuso de poder e corrupção caso o prejuízo causado ao Estado fosse inferior a 44 mil euros, já se demitiu do cargo de ministro de Justiça.

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