A indústria do salmão está a enfrentar um grave problema causado pelo piolho do mar, que tem obrigado a grandes cortes na produção e, consequentemente, a um aumento súbito dos preços, conta a BBC. Embora o problema não seja de agora, muitos consideram que está a tomar proporções desmedidas desde o início desta década. O pequeno parasita, cujo nome científico é Lepeophtheirus salmonis, mede apenas 1,5 centímetros e alimenta-se da pele e do sangue do salmão, o que acaba por enfraquecê-lo, retardando e prejudicando o seu crescimento e, consequentemente, levá-lo à morte.

Imagem do parasita Lepeophtheirus salmonis

Apesar dos piolhos do mar não provocarem quaisquer efeitos secundários em quem consome salmão contaminado, têm sido levadas a cabo várias medidas com o objetivo de pôr fim a esta praga, nomeadamente, com a ajuda de produtos químicos. Mas os resultados não têm sido positivos. O parasita está a tornar-se cada vez mais resistente e a população de salmão consumível continua a descer para níveis inesperados. Entre os mais afetados estão os principais mercados de produção deste tipo de peixe: Noruega, Escócia e Chile, de acordo com o The Guardian. No último ano, a produção nas reservas mundiais de salmão do Atlântico diminuiu quase 10% e prevê-se que, durante o primeiro semestre deste ano, deva baixar ainda mais.

Imagem que mostra o ciclo de vida do piolho do mar, disponibilizada a partir do Marine Institute

Em alternativa aos produtos químicos e com esperança que outra solução pudesse vir a combater este mal, Marine Harvest, um grande produtor internacional, revelou à BBC que matou acidentalmente cerca de 175 mil peixes ao tentar adotar uma outra técnica baseada num dispositivo chamado thermolicer, que bombeia água quente e ajuda a retirar os piolhos.

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O bem estar dos peixes que estão a nosso cuidado é a grande prioridade, por isso o que aconteceu foi lamentável. O peixe já estava comprometido com a doença dos piolhos, então eles já estavam fracos”, admitiu Harvest.

O produtor acrescentou ainda que o acidente foi motivado pelas altas temperaturas do dispositivo, que se encontravam a 34 graus e, por norma, são aplicadas apenas entre 4 e 15 graus.

A doença provocada pelos piolhos do mar já levou a um aumento do preço de venda do salmão em quase 50%. No entanto, este peixe não é o único que está a ser afetado: o robalo e o mero também são vítimas desta infeção, apesar do seu efeito não ser tão significativo no mercado mundial.

Até agora, ainda não foi encontrada nenhuma solução eficaz que consiga combater a epidemia. No entanto, estão a decorrer investigações que visam a procura de soluções para a exterminação dos parasitas.