Mais uma vez, a Peugeot escolheu Portugal para a apresentação à imprensa de um novo modelo. Durante três semanas, mais de 600 jornalistas, oriundos de 30 países, estarão em Lisboa para conhecer o novo 5008. E raramente o termo “novo” foi aplicado com tanta propriedade como neste caso, já que, do anterior, o 5008 que se apresta a chegar ao mercado pouco mais herda do que o nome.

Acompanhando a tendência do mercado, em que os SUV são um verdadeiro fenómeno a nível mundial, e os monovolumes um segmento praticamente restringido ao mercado europeu (e com uma aceitação que está longe de ser o que já foi em outras épocas), a marca do leão decidiu, justamente, transformar o 5008 de um monovolume num SUV. A tarefa nem terá sido assim tão complicada, já que em nada o novo SUV fica desvalorizado se o considerarmos como a versão “alongada” do tão bem-sucedido 3008 da nova geração, lançado no final do ano passado.

E basta um primeiro olhar para o confirmar, sendo evidentes as parecenças entre ambos, tanto na frente, marcada pelas ópticas (que podem ser integralmente por LED) em formato de garra, como na traseira, em que dominam os farolins de formato bastante característico. A grande diferença reside, pois, no perfil, devido à distância entre mais generosa, essencial para que o 5008 cumpra o seu papel de SUV de grandes dimensões do segmento C (abaixo dos 4,7 metros de comprimento), capaz de transportar até sete ocupantes.

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Grande por dentro

Aliás, 5008 e 3008 até partilham a plataforma modular EMP2, apta a crescer em secções de 55 mm entre eixos. No caso presente, foram três os “módulos” acrescentados, para um aumento da distância entre eixos de 165 mm, para um total de 2.840 mm. Exteriormente, com 4.641 mm de comprimento, 1.844 mm de largura e 1.624 de altura, o 5008 é 194 mm mais comprido, 3 mm mais largo e 21 mm mais alto que o 3008, embora, neste último caso, boa parte desse valor se deva a uma altura ao solo de 236 mm, 17 mm superior à do seu ”irmão” mais pequeno, O peso, esse, aumentou cerca de 135 kg.

Como seria de esperar, o reflexo destas alterações faz-se sentir, fundamentalmente, no interior. Também ele, em boa parte, decalcado do 3008, sobretudo na frente, com o seu posto de condução muito envolvente e dominado pela nova geração do i-Cockpit. Nele se combinam o volante mais compacto do segmento, o painel de instrumentos digital configurável de 12,3”, o ecrã táctil capacitivo de 8” e os sete botões tipo tecla de piano, para acesso directo a outras tantas funções.

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Face ao conhecido de outros modelos (208 e 308), há que reconhecer que melhorou, mas continua sem oferecer a legibilidade desejável a quem não possua a estatura ideal que terá servido de molde à sua configuração, por muito que se regulem o banco e a coluna de direcção. Menos mal que existe uma variante mais sofisticada deste elemento, de seu nome i-Cockpit Amplify, em que a visibilidade não é melhor, mas que sempre permite configurar a iluminação interior e o ambiente musical, além de incluir os bancos dianteiros com massagem pneumática e um difusor com várias fragrâncias à disposição, criadas por alguns dos nomes mais reputados do mundo dos perfumes.

Mas se nada disto é novidade para quem conhece o 3008, o mesmo não acontece com a modularidade e versatilidade do habitáculo, desde logo anunciado como o mais espaçoso do segmento. Na segunda fila encontram-se três bancos individuais, dotados de regulação longitudinal e da inclinação das costas, que para mais são escamoteáveis, assim permitindo criar uma superfície de carga totalmente plana até aos bancos dianteiros. Atrás destes, é possível contar com uma terceira fila com mais dois bancos que aumentam a lotação para sete ocupantes, e que, além de escamoteáveis, também podem ser retirados do veículo com relativa facilidade, pesando cada qual apenas 11 kg.

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Tudo com o intuito de melhor ajustar o espaço disponível ao número de passageiros ou à quantidade de carga transportada. E este é, de facto, outro dos grandes atributos do 5008, já que a capacidade da bagageira varia entre 165,6 litros com sete lugares, 780 litros com cinco lugares e 1.940 litros com dois lugares (sendo estes dois últimos valores, no caso do 3008, de 520 litros e 1.482 litros, respectivamente).

Outro elemento que 3008 e 5008 têm em comum é o facto de, apesar de ambos se anunciarem como SUV, serem exclusivamente propostos em versões de tracção apenas dianteira. Por isso, os que pretenderem aventurar-se por caminhos mais inóspitos deverão optar pelo Advanced Gip Control, composto pelo controlo de tracção optimizado para o fora de estrada, pelos pneus mistos M+S de 18” e pelo controlo electrónico de descidas. Uma opção pela qual a Peugot mais não cobra do que 300€, mas que representa um custo acrescido de cerca de 700€ para o cliente, por via da maior penalização fiscal decorrente do aumento das emissões de CO2 que implica a troca de pneus.

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Motores para todos os gostos. E preços

Nada de novo, também, na oferta de motores. A única opção a gasolina é o três cilindros turbo de injecção directa 1.2 Puretech com 130 cv, a que se seguem três blocos turbodiesel da família BlueHDi: 1.6 de 120 cv, 2.0 de 150 cv e 2.0 de 180 cv. De série, a caixa é manual de seis velocidades, excepto no mais potente dos diesel, proposto apenas com a caixa automática Aisin de seis relações, disponível como opção para todos os outros, excepto o 2.0 BHDi de 150 cv.

O alinhamento da gama também é fácil de compreender. O nível de topo GT é exclusivo do 2.0 BHDi de 180 cv, o nível Active só é proposto com os dois motores menos potentes e quando combinados com caixa manual, o nível Allure está disponível com estes mesmos motores, com caixa manual ou automática, o nível GT Line é o que abrange toda a gama (excluindo, claro, o 2.0 BlueHDi de 180 cv).

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Resta referir que os preços se iniciam nos 32.380€ para a versão 1.2 Puretech e nos 34.580€ para a variante 1.6 BlueHDi, custando o 5008 GT Line 2.0 BlueHDi de 150 cv 42.480€, e o 5008 GT 2.0 BlueHDi de 180 cv 46.220€. Para os que, por essa via, pretendam incrementar a sua mobilidade e compatibilidade citadinas, é sempre possível conjugar o novo 5008 com a trotineta e-Kick (1.220€) ou com a bicicleta e-Bike (1.799€), ambas electricamente assistidas, e passíveis de carregar na bagageira do veículo com o motor em marcha, através de uma estação própria para o efeito (que custa 371€ para a primeira e 330€ para a segunda).