O primeiro-ministro veio esta tarde separar as águas entre a política e a justiça, depois de o Governo angolano ter vindo afirmar que a acusação do Ministério Público a Manuel Vicente ameaça as relações entre os dois países. António Costa diz que tal como Portugal não mistura os planos, “Angola também tem de perceber que não depende nem do Presidente da República, nem da Assembleia da República, nem do Governo as decisões que, com total independência, o poder judicial toma”.

Costa garante que o que “importa não prejudicar” é a “boa relação que Portugal e Angola têm de ter sempre, qualquer que seja o Governo e qualquer que sejam as circunstâncias”. Em declarações aos jornalistas, à margem de um evento em que o primeiro-ministro participa no Porto, o chefe do Governo foi confrontado com a nota divulgada esta sexta-feira pelo Governo de Angola que dá conta do incómodo com a acusação ao vice-presidente do país, Manuel Vicente, pelo Ministério Público Português. Angola diz que este caso ameaça as relações bilaterais, mas António Costa respondeu dizendo que “se cada um cumprir as suas funções, desempenha bem o papel que cada um deve desempenhar sem prejudicar aquilo que importa não prejudicar”: as relações entre os dois países.

Angola suspende visita oficial de ministra da Justiça

Esta semana, no dia antes de se deslocar a Angola para uma visita, a ministra da Justiça Francisca Van Dunem fez saber que o encontro tinha sido adiado a pedido das autoridades angolanas que invocaram apenas a necessidade de o reagendarem. A visita ainda não tem nova data e entretanto fica também por saber o que acontecerá à deslocação oficial ao país do primeiro-ministro, que estava prevista para esta primavera e que o ministro dos Negócios Estrangeiros já disse que continua a ser preparada, pelo menos do lado português. Nessa altura, Augusto Santos Silva já tinha respondido a polémica com a velha máxima”.

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