Ainda que a constipação seja mais comum nos meses mais frios, a verdade é que a podemos apanhar em qualquer altura do ano e existe mais do que um tipo de vírus capaz de produzir sintomas semelhantes. Atualmente, mesmo com toda a informação disponível, ainda existem muitas dúvidas quanto à forma como se deve curar ou evitar uma constipação, como narra o El Español.

Em primeiro lugar, nada de antibióticos em constipações. Porquê? Porque a constipação comum é produzida por vírus e os antibióticos são desenhados para combater infeções bacterianas. O uso de antibióticos é, por isso, inútil nas constipações comuns. Além disso, o uso excessivo e desenfreado de antibióticos tem consequências adjacentes mais graves, nomeadamente o facto do organismo criar resistência. Como explica o jornal espanhol, estima-se que em 2050 a resistência a antibióticos seja a causa de dez milhões de mortes.

Um dos sintomas mais odiados da constipação é a tosse, especialmente quando se prolonga de forma irritativa e seca – e, por vezes, dores de costas e afonia podem surgir como consequências. Em média, a tosse pode durar entre nove e 21 dias, mas não deve ultrapassar o mês. Outro dos piores sintomas é a congestão nasal, provocado por uma inflamação no nariz que pode obstruir as fossas nasais. Para o tratamento deste sintoma, os remédios mais procurados são os de descongestão nasal. No entanto, novos estudos concluíram que este tipo de medicamento é inútil, ao contrário do soro fisiológico ou das águas de mar. O mesmo se aplica à expetoração.

E qual a solução (e dúvida) mais procurada para tratar as constipações? O uso do Ben-u-ron (paracetamol) ou Brufen (ibuprofeno). O El Espanõl explica: sensação febril funciona melhor com Ben-u-ron, ainda que possa demorar mais tempo a atuar do que os anti-inflamatórios. Por outro lado, se em vez de sensação febril tiver muita tosse e dor de garganta, o Brufen ou outros anti-inflamatórios funcionam melhor.

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4 mitos sobre a constipação

  1. Comer muito melhora a constipação. Quando estamos constipados, é muito mais importante beber líquidos, para hidratar o corpo, do que propriamente comer excessivamente. Comer demasiado pode até provocar outros problemas de saúde acrescidos.
  2. A vitamina C protege da constipação. Durante anos, a vitamina C foi associada à prevenção das constipações ou mesmo como uma espécie de complemento para curá-la. Mas, na realidade, a vitamina C não ‘passou no teste’ em nenhum estudo, afirma o El Español.
  3. O cabelo molhado aumenta o risco de nos constiparmos. Os vírus das constipações são transmitidos por inalação ou ao tocar numa superfície contaminada com o vírus. Estar ou não com o cabelo molhado não influencia o facto de ficarmos constipados. O mesmo acontece com o mito de nos agasalharmos com imensas camadas de roupa.
  4. É preciso transpirar para a constipação desaparecer. Mais um mito. É muito típico as pessoas colocarem toalhas na cabeça ou colocarem a cabeça junto do vapor de água quente. Mas, na realidade, esta medida é inútil. No entanto, se colocar mentol no vapor de água pode existir uma pequena sensação de melhoria.

Dúvida: constipação ou gripe?

Tanto a constipação como a gripe têm sintomas semelhantes a nível respiratório. Ainda assim, a constipação tende a dar mais sintomas nasais, como a congestão ou a mucosidade e a gripe tem tendência a provocar febres altas, calafrios, dor muscular e cansaço. Uma constipação comum dura, por norma, entre cinco a dez dias. Na gripe, a febre dura cerca de três a cinco dias, ainda que alguns outros sintomas possam perdurar por mais tempo, como a sensação de cansaço.

Tanto num caso como no outro, o uso de paracetamol, ou Ben-u-ron, é o mais utilizado, especialmente para o alívio da sensação de mau-estar. Mas as verdadeiras chaves de ouro, para ambos os cenários, são a hidratação, tempo e paciência.