Os relatos de assédio sexual e discriminação nos escritórios da Uber, que a engenheira informática da multinacional, Susan J. Fowler, revelou no seu blogue pessoal, fizeram com que muitos clientes quisessem abandonar os serviços nos últimos tempos e reativassem a campanha #deleteUber nas redes sociais. Como resposta, a empresa resolveu escrever uma carta a todos aqueles que tentaram apagar as suas contas do serviço de táxi, conta o The Guardian.

“Lamentamos que queira apagar a sua conta, Cameron. Vamos ajudá-lo e explicar-lhe o que se passou. A empresa Uber está muito magoada depois de ter lido o post no blog de Susan Fowler. O que ela descreve é abominável e é contra tudo aquilo que a Uber acredita. Eric Holder, ex-procurador geral norte-americano, e Tammy Albarran, ambos parceiros e responsáveis pelo escritório de advogados Covington & Burling, vão conduzir uma investigação independente para compreender e perceber determinadas questões relacionadas com o ambiente de trabalho relatado por Susan Fowler, bem como a diversidade e a inclusão na empresa Uber de uma forma geral. Nós acreditamos num ambiente de trabalho com bom senso e com sentido de justiça que sustente tudo aquilo que fazemos e isso é a nossa grande prioridade para mudar nos próximos meses e até anos. Em resposta ao seu pedido, estamos agora a trabalhar para a sua conta ser apagada. Saiba por favor que a sua conta não pode ser recuperada depois de ser eliminada. Agradecemos a sua compreensão acerca deste assunto. Por favor não hesite se quiser entrar em contacto connosco e se precisar de mais alguma coisa”, pode ler-se no comunicado.

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Assédio e cultura de obsessão. O que se passa nos escritórios da Uber, Kalanick?

De acordo com o The New York Times, os trabalhadores mostraram a sua satisfação perante a forma como o fundador Travis Kalanick reagiu às acusações, dizendo ainda que a multinacional ficou mais preparada para lidar com este tipo de assuntos. A juntar aos relatos de Susan Fowler, a Uber enfrenta também três processos judiciais em dois países por assédio sexual e abusos verbais por parte de superiores hierárquicos.