A ministra da Administração Interna afirmou que o furto de pistolas das instalações da direção nacional da PSP “é grave” e admitiu que poderá ser necessário tomar medidas para evitar situações idênticas em todas as forças de segurança.

“O que aconteceu, naturalmente que é grave, não vou escamotear isso. Agora temos é que deixar correr esta inspeção, porque ela vai trazer seguramente mais resultados, poderemos aprender com as lições e tomar medidas que eu não excluo que tenham de ser estendidas não só à PSP mas a todas as forças de segurança”, referiu Constança Urbano de Sousa.

Falando na Póvoa de Lanhoso, à margem da inauguração das obras de remodelação do quartel da GNR local, a ministra adiantou que a inspeção aberta ao furto de armas no comando nacional da PSP estará concluída “em breve”.

“Mal tenha conclusões, terei de tomar medidas”, acrescentou, sublinhando que os resultados “são cruciais para perceber o que aconteceu” e para definir o que fazer para evitar situações semelhantes.

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Constança Urbano de Sousa lembrou que há ainda em curso uma investigação pelo Ministério Público, relativa ao crime de furto, e processos disciplinares a dois agentes que já foram suspensos de funções.

“Existem três processos em aberto, e um deles é extremamente importante para aferir como foi possível [o furto] e tomar medidas para que no futuro não seja possível ou, pelo menos, a possibilidade seja muito minimizada”, rematou a ministra.

O desaparecimento das 50 pistolas Glock que deviam estar guardadas no armazém de armamento da PSP foi detetado pela primeira vez em janeiro, numa operação de rotina. Um suspeito de tráfico de droga trazia consigo uma arma não atribuída por aquela força de segurança, que se veio a identificar como pertencendo ao conjunto de 50 armas da Direção Nacional. Dias mais tarde, em Espanha, foram detetadas outras duas armas e utilização, de forma indevida, nas ruas.

Foram suspensos dois agentes da PSP com responsabilidades no armazenamento de armas. Entretanto, os agentes em causa anunciaram que iriam apresentar queixa contra a própria Polícia. Não gostaram de ver os seus nomes tornados públicos por suspeitas de terem falhado na missão de preservar aquelas armas.