Adrián Solano quer participar nos Jogos Olímpicos de Inverno como esquiador profissional. Há apenas um senão: o jeito para a prática desportiva.

O venezuelano, que participou esta semana no Campeonato do Mundo de Esqui Nórdico, em Lahti, na Finlândia, nunca treinou na neve, sendo que a sua única preparação para a competição foi andar de patins no seu país natal. A sua fraca prestação na prova está a dar que falar na Internet e pelos piores motivos. São vários minutos (e vários vídeos) onde se vê o venezuelano a tentar esquiar, a desequilibrar-se e a cair na neve.

Solano não conseguiu acabar a primeira prova. De acordo com a Associated Press, fez apenas 3,5 quilómetros da primeira prova em 37 minutos e 39 segundos – o mesmo tempo que os outros esquiadores demoraram a cumprir toda a prova de 10 quilómetros. Na segunda prova, um sprint de 1,6 quilómetros, ficou em último lugar. Prestação que lhe valeu o título de “pior esquiador do mundo”, por parte dos comentadores desportivos, e insultos nas redes sociais. “Vergonhoso”, comentou uma pessoa na sua conta de Instagram, que o acusou de estar a receber apoio financeiro do Governo venezuelano enquanto outros passam fome. “Juro-te que não foi graças ao Governo. Cheguei [aqui] graças às pessoas que souberam da minha história e me apoiaram”, respondeu Solano.

Solano referia-se à aventura que foi chegar até Lahti. Isto porque as autoridades francesas, no aeroporto de Paris, argumentaram que a sua ida à Finlândia tinha como pretexto abandonar a Venezuela e não participar no campeonato, tendo sido recambiado para o seu país. Quando regressou, vários seguidores criaram um página na Internet para angariar fundos. Dinheiro que chegou a tempo de fazer com que o desportista participasse no prova.

Apesar de todos os obstáculos, nada parece demover Solano. “Daqui para os Jogos Olímpicos”, afirmou o esquiador ao jornal norueguês Dagbladet. Impossível? Quem sabe.

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