Já sabíamos que o ser humano é capaz das proezas mais fantásticas, no que respeita ao equilíbrio, agilidade e controlar máquinas em condições julgadas impossíveis. A este enorme potencial, de que não faltam exemplos, junta-se a tecnologia, cuja força inovadora torna hoje possíveis soluções que, há cinco ou 10 anos, apenas conhecíamos em filmes de ficção científica. E para provar isto mesmo, aqui estão dois dos modelos mais ousados, tendo ambos como base veículos de duas rodas, e que literalmente voam – se bem que um deles por períodos relativamente curtos.

Os russos da Hoversurf apresentaram recentemente um veículo voador em que o piloto está sentado como se estivesse numa moto, mas o veículo – baptizado Hoverbike Scorpion 3 – voa como se fosse um drone com quatro rotores. E se este não é o primeiro veículo estranho criado pela Hoversurf – se não acredita veja aqui –, é certamente um dos que parece mais bem encaminhado para atingir, em breve, a produção em série. Parte do chassi deriva de uma moto, que por sua vez está montado num quadricóptero de grande proporções, similar aos utilizados para transportar ou entregar cargas, já com alguma dimensão e peso.

A demonstração que surge no vídeo de apresentação tem lugar num pavilhão industrial e não no exterior, eventualmente devido às baixas temperaturas que se fazem sentir em Moscovo, nesta altura do ano. A Hoversurf afirma que a sua mais recente criação será capaz de atingir 50 km/h e irá ser comercializada por 150 mil dólares (142.000€), isto apesar das baterias, de momento, apenas assegurarem uma autonomia de 27 minutos.

A proximidade da cabeça do piloto às vigas e tubagens próximas do tecto incutem a sensação que os russos vão necessitar de mais pilotos de testes em breve, pois entre a ameaça dos obstáculos superiores e os hélices a girar a uma velocidade incrível muito próximo dos joelhos, digamos que a experiência tem tudo para correr mal, ao mais pequeno deslize. Mas, por enquanto, tudo parece funcionar de forma bastante satisfatória, atendendo a que estamos perante um protótipo. O que leva a pensar que, em breve, poderemos passear numa “coisa” destas e, provavelmente, trocá-la pela moto que temos parada lá na garagem.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A verdadeira moto de neve

Menos impressionante, mas muito mais divertida, parece ser a moto de neve de Ronnie Renner, um artista do supercross. Sendo que “artista” é a palavra, se não veja lá estas fotos:

7 fotos

Tradicionalmente, as motos de neve são uns monstros pesados e enormes, que se revelam óptimas para passear quando tudo está coberto por um enorme manto branco, mas que são complicadas para fazer umas brincadeiras, não sendo difícil encontrar histórias de condutores que as capotaram, ficando presos debaixo delas. Conscientes desta realidade, Renner e uns amigos – todos pilotos profissionais de freestyle – decidiram há uns tempos adaptar uma moto de cross para andar na neve. A suspensão anterior ficou, mas no lugar da roda da frente surgiu um patim, com arestas bem vincadas para optimizar a direcção, para na traseira a suspensão posterior resistir igualmente à transformação, com o braço oscilante a ver a sua dimensão incrementada para montar uma lagarta de proporções, no mínimo, generosas.

[jwplatform K52ZW8es]

O cocktail deste misto de moto de cross e moto de neve funciona às mil maravilhas, pelo menos nas mãos de profissionais, que brincam na neve virgem como se estivessem numa pista de supercross, com saltos acrobáticos e tudo. Alguns de cortar a respiração.