O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vai votar na terça-feira um projeto de resolução que impõe sanções à Síria, acusada de ter usado armas químicas, revelaram esta segunda-feira diplomatas.

A Federação russa, aliada do regime sírio do Presidente Bashar al-Assad, avisou na semana passada que iria vetar este projeto, cujo voto está marcado para as 11h30 locais (16h30 de Lisboa). Moscovo já exerceu por seis vezes o seu direito de voto para proteger o regime de Damasco.

O projeto de resolução, proposto por EUA, França e Reino Unido, impõe uma interdição de viajar a 11 sírios, principalmente dirigentes militares, a quem também congelaria os bens no estrangeiro, medida esta estendida também a 10 pessoas coletivas.

O texto interdita também a venda, o fornecimento ou a transferência para o Governo sírio ou as suas Forças Armadas de helicópteros e outro material.

Este projeto de resolução segue-se a um inquérito conjunto conduzido pela ONU e a Organização para a Interdição das Armas Químicas, que concluiu em outubro que o regime sírio fez pelo menos três ataques com armas químicas em 2014 e 2015 contra as cidades de Tell Mannas, Qmenas e Sarmin.

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Os investigadores também apuraram que os milicianos do grupo que se designa por Estado Islâmico usaram gás mostarda em 2015.

O embaixador adjunto russo na ONU, Vladimir Safronkov, tinha denunciado na sexta-feira uma medida de “sentido único”, baseada em provas “insuficientes”.

O regime de Damasco nega ter utilizado armas químicas neste conflito, que já causou mais de 300.000 mortos desde 2011.