Será uma vitória muito fácil, a julgar pelas últimas sondagens. O candidato independente às eleições francesas Emmanuel Macron está a ganhar terreno na corrida ao Eliseu, aproximando-se de Marine Le Pen (que continua a ser a mais votada à primeira volta) e distanciando-se cada vez mais de François Fillon, o candidato republicano que caiu em desgraça depois de um escândalo envolvendo pagamentos à mulher. Segundo duas sondagens divulgadas no domingo, Macron aparece como vencedor claro à segunda volta decisiva, mas especialistas avisam que apesar da “subida espetacular”, “ainda muita coisa pode acontecer”.

O apoio de figuras de destaque da política francesa, como o socialista Christophe Caresche, estará a ajudar Emmanuel Macron a subir nas sondagens. Além disso, Macron anunciou na semana passada uma aliança com o centrista François Bayrou, antigo candidato presidencial, o que lhe proporcionou mais algum apoio eleitoral. À primeira volta, reúne 25% das intenções de voto, apenas dois pontos atrás da nacionalista Marine Le Pen, que continua na frente com o seu programa de 144 medidas para “dar voz ao povo”.

Le Pen apresenta 144 medidas para “dar voz ao povo”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As duas sondagens divulgadas no domingo apontam Emmanuel Macron e Marine Le Pen como mais prováveis candidatos a seguir para a segunda volta. Esta é uma tendência que se reforçou nos últimos meses, com a queda do anterior favorito François Fillon – ex-ministro de Sarkozy. E, segundo os estudos de opinião, Macron vencerá Le Pen à segunda volta com 61% dos votos, contra os 39% da nacionalista (sondagem Odoxa/Dentsu).

Uma outra sondagem, do Figaro/LCI, dá 58% das intenções de voto a Macron, à segunda volta, ainda assim uma vantagem significativa em relação a Le Pen.

Um dos responsáveis pela sondagem da Odoxa, que dá uma vantagem de seis pontos de Macron face a Fillon (à primeira volta), Gael Sliman, diz que o candidato independente, ex-ministro da Economia de François Hollande que nunca venceu eleições para o que quer que seja, está a protagonizar “uma subida espetacular”. “Será sustentável? Veremos. Muita coisa pode ainda acontecer“, afirmou o especialista em entrevista à France 2, citada pela Bloomberg.

Macron desmente rumores de caso extra-conjugal com outro homem

Marine Le Pen reagiu de forma irada à subida de Macron nas sondagens, criticando a imprensa por estar, na sua opinião, a fazer “campanha de forma histérica” em favor do candidato independente.

Para a candidata nacionalista, Macron quer “construir uma auto-estrada para a entrada de imigrantes” vindos do Norte de África. A subida de popularidade de Macron explica-se, segundo Le Pen, porque “os jornais já escolheram o seu candidato”. “E os interesses financeiros também”, acusou Le Pen, recordando a carreira de Macron como banqueiro de investimento ligado à família Rothschild.

As acusações de Le Pen surgiram durante uma ação de campanha em Nantes que ficou marcada por confrontos entre a polícia e manifestantes anti-Frente Nacional.