Se há algo em que, hoje dia, parece ser seguro investir é num automóvel clássico. Daqueles com pedigree e todos os predicados que fazem as delícias dos amantes da especialidade. Mais uma prova disso mesmo é o Mercedes 300 SL que a RM Sotheby’s se prepara para leiloar já em Março na Ilha Amélia, no estado norte-americano da Florida, e que se prevê que venha a ser arrematado por uma verba situada entre 1,1 e 1,3 milhões de euros.

Isto porque se trata de uma das apenas 167 unidades do celebérrimo “Asa de Gaivota” fabricadas no primeiro ano de produção do modelo. Em estado absolutamente irrepreensível, segundo a leiloeira, depois de um restauro que durou qualquer coisa como dois anos e terminou em 2007, a que se seguiu, poucos anos mais tarde, uma revisão completa do motor e da transmissão.

Motor esse que, a par do muito leve e robusto chassi spaceframe, sempre foi um dos grandes predicados do 300 SL, um seis cilindros em linha de 2.996 cc, no caso equipado com um sistema de injecção mecânica de gasolina da Bosch, que lhe permitia oferecer 215 cv de potência e um binário máximo de 274 Nm. O suficiente para o modelo alcançar 260 km/h quando equipado com o diferencial com uma relação final de 3,25:1, e que dele fazia o automóvel de produção em série mais rápido do mundo do seu tempo.

Convirá recordar que, para além de ter sido um dos automóveis mais evoluídos da sua época, aquele que recebeu o código interno W198 é uma peça bastante procurada pelos coleccionadores também por só terem sido construídos 1.374 exemplares durante os três anos em que foi produzido (de 1954 a 1957, a que se seguiu a versão roadster, fabricada entre 1957 e 1963).

A unidade que vai à praça possui o chassi 198.040.4500116 e número de motor a condizer, jantes Rudge pintadas no mesmo azul escuro da carroçaria, o conjunto de malas original (o único disponível espaço para bagagens é o existente atrás dos bancos do condutor e passageiro) e toda a documentação que assegura o tal pedigree.

A combinar com a carroçaria está o belíssimo interior, onde pontificam ainda o volante Nardi e o auto-rádio Becker. Para aguçar ainda mais o apetite dos candidatos a seu futuro proprietário, este “Asa de Gaivota” faz-se acompanhar, igualmente, do catálogo original e de um saco para armazenamento dos vidros laterais amovíveis construídos em vinil MB-Tex (a original solução para abertura das portas que dá nome ao “Asa de Gaivota” obviamente não permitia que estes pudessem ser abertos de forma convencional).

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