O diretor do Metropolitan Museum de Nova Iorque, Thomas Campbell, vai abandonar a direção do “Met”, disse o museu esta quarta-feira em comunicado. Campbell e os seus principais administradores têm enfrentado críticas à sua gestão e à sua aparente inoperância perante um défice que não pára de crescer.

Campbell começou a sua carreira no “Met” há mais de 20 anos, tendo sido contratado para curador de tapeçarias em 1996. Em 2009 chegou à direção de um dos maiores e mais visitados museus dos Estados Unidos, e foi durante o seu mandato que o “Met” expandiu a sua presença digital e o seu investimento em arte moderna e contemporânea agregando como satélite o Museu Whitney de Arte Americana.

Todas estas mudanças foram aprovadas e supervisionadas por Campbell, elogiadas pela imprensa e… um peso pesado para a conta bancária do museu. Foi necessário reavaliar prioridades e Campbell passou de diretor a carrasco quando foi obrigado a cortar cerca de 23 milhões de dólares (21 milhões de euros) do orçamento anual de 332 milhões (315 milhões de euros) do “Met”. As tensões entre administração e equipa de curadores tornou-se clara, escreveu o New York Times quando os problemas começaram.

“Comcei no Met há 22 anos, passei aqui quase toda minha carreira. Não foi uma decisão fácil, especialmente entre num momento tão entusiasmante e crucial para o museu. Trabalhei muito e acredito que os meus esforços tiveram bons resultados”, disse Campbell em comunicado citado pelo Art Newspaper.

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Já Daniel Brodsky, chairman do “Met” disse que o “Tom” liderou o museu “precisamente na direção certa durante o seu mandato” e elogiou o ainda diretor pelo seus investimentos na área da expansão digital.

Em abril de 2016, o “Met” anunciou planos para uma reestruturação financeira que deverá levar 24 meses. Previsto no plano está a eliminação de 90 postos de trabalho, obrigou todos os departamentos a reduzir despesas de manutenção e está a tentar aumentar os lucros das vendas de bilhetes, das suas lojas e cafés, que tinham estagnado recentemente. Espera-se também uma redução no número de exposições anuais que deverá passar de um máximo de 60 por ano atualmente para cerca de 50, diz o Art Newspaper.

O “Met” não é o único museu em Nova Iorque a ter que rever os gastos. Tanto o MoMa (Museum of Modern Art) e o Museu de Brooklyn apresentaram planos de rescisão voluntária de contratos aos seus empregados mas o Metropolitan é o primeiro a despedir pessoas.