Os advogados de José Sócrates, João Araújo e Pedro Delille, criticam o Ministério Público (MP) por falta de “decência” e por passarem informações a “jornalistas amigos o que se recusa aos advogados de defesa”. Numa alusão às várias notícias que saíram nas últimas horas sobre o interrogatório a Ricardo Salgado no âmbito da Operação Marquês, os advogados dizem que esta é uma forma do MP de “encarregar os jornais de apresentarem o que o MP não consegue, desde logo por meio de uma acusação”.

“Tudo isto é escandaloso e infame”, dizem os advogados em comunicado difundido nesta quinta-feira. “O Ministério Público decidiu oferecer uma cacha [um furo jornalístico] e os seus óbvios proveitos a jornais amigos, os mesmos que ajudaram a montar a Operação Marquês e a manter viva, por entre os sucessivos desaires das especulações a que tudo se resume”.

Os advogados acreditam que este é um indicador de que “os próximos dias serão férteis em novidades”. Com a divulgação destas notícias, que os advogados assumem terem sido transmitidas por fontes do Ministério Público, “a decência há muito que desapareceu do Ministério Público”.

Ainda assim, “depois de tanta investigação, estes novos depoimentos esclarecedores apenas vêm confirmar que nenhuma ligação do Engenheiro José Sócrates aos tantos milhões noticiados existe, que a tese de uma fortuna escondida está desmentida nos autos, e que a alegada proximidade com as pessoas interrogadas, aliás desmentidas por ambos, é pura e simplesmente uma ficção”.

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