A Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL) distribuiu, em apoios monetários, mais de 641 mil euros a pessoas com dificuldades financeiras, entre 2014 e 2016, segundo um relatório enviado esta quinta-feira à agência Lusa. No documento, a Cáritas de Lisboa refere que as ajudas em dinheiro, em bens essenciais, acompanhamento processual de pessoas, horas de formação e criação de postos de trabalho, são parte essencial da sua missão.

“Na verdade, o que seria de alguém sem a renda da casa em dia, sem eletricidade, gás ou água em casa, sem a medicação necessária ao combate à doença, um simples título de transporte e algum dinheiro?”, referem.

Assim, lê-se, nos últimos três anos foi distribuído um apoio em dinheiro efetivo de 641.270 euros, com os Grupos de Ação Social a atenderem 3.364 pessoas, tendo sido distribuídos 14.776 euros a pessoas sem acesso a dinheiro algum, enquanto os donativos a particulares totalizaram os 69.700 euros. O relatório indica ainda que as famílias são apoiadas por mais de 30 paróquias da diocese, o correspondente a 311.966 euros.

As instituições em dificuldade receberam 237.370 euros, com 29 mil horas de formação, tendo abrangido 1.295 voluntários e técnicos, em 51 sessões. Cerca de 800 pessoas são abrangidas pelos atendimentos feitos diretamente pela “Loja Solidária” e receberam roupas, calçado, alimentos, brinquedos e outros materiais disponíveis na loja.

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“Só em alimentos, a CDL distribuiu, neste últimos três anos, uma média de 4,5 toneladas, e a colaboração com o Centro Social e Paroquial da Buraca, no combate a carências alimentares, já totaliza os 7.458 euros, desde 2015”, refere o relatório. Quanto ao acompanhamento a imigrantes, foram realizados 2.536 atendimentos a pessoas de mais de 20 nacionalidades, com a intenção de as ajudar a resolver dificuldades na regularização do visto de permanência, na obtenção da nacionalidade portuguesa, na procura de trabalho e no reagrupamento familiar.

A Cáritas sublinha ainda que assume o diferencial em situações em que a Segurança Social não chega, quando as famílias não conseguem pagar pela totalidade de um serviço prestado, seja num lar, creche ou cantina social. “Só em 2014, o custo da estrutura de suporte à atividade da CDL foi de 178.224 euros, dos quais 156.599 euros não foram subsidiados e, em 2015, o seu custo foi de 322.468 euros, não sendo subsidiados 296.531 euros”, lê-se. Também em 2015, o relatório da Cáritas informa que não foram suportados 15.605 euros (lar), 20.585 euros (creche) e 20.092 euros (cantina social).

“E o ano de 2016, ainda por fechar, perspetiva-se mais oneroso”, acrescenta.

O relatório da Cáritas de Lisboa conclui que “o fim do período de resgate nunca foi sinónimo do fim do desemprego, da pobreza, da austeridade, do endividamento”, dando conta de que “a situação continua dramática” para os jovens, mas, sobretudo, para as pessoas entre os 30 e os 60 anos.