As autoridades italianas vão partilhar com Portugal o material que foi apreendido ao espião russo detido em maio de 2016 juntamente com o espião português Frederico Carvalhão Gil, escreve esta quinta-feira o Diário de Notícias. Carvalhão Gil foi detido por suspeita de vender segredos a esse elemento dos serviços secretos russos, Sergey Nicolaevich Pozdnyakov, e encontra-se desde junho do ano passado detido com pulseira eletrónica. Segundo o Diário de Notícias, a Polícia Judiciária e o Ministério Público acreditam as novas provas enviadas por Itália servirão para sustentar “de forma irrefutável” a acusação contra Carvalhão Gil.

O espião “certinho” que foi apanhado a vender segredos à Rússia

Até aqui, as autoridades italianas tinham recusado enviar o material apreendido a Pozdnyakov, nomeadamente os documentos que Carvalhão Gil lhe teria entregado. Foi a ação da Eurojust, organismo da União Europeia para a cooperação judicial entre os Estados-membros, que desbloqueou a situação. Neste momento a Unidade Nacional de Contraterrorismo da PJ já está na posse dos documentos apreendidos ao espião russo, considerados fundamentais para provar os crimes de espionagem, corrupção e violação do segredo de Estado por parte de Carvalhão Gil.

Citados pelo Diário de Notícias os elementos português e italiano da Eurojust garantem que a cooperação entre as autoridades portuguesas e italianas na chamada “Operação Top Secret” correu bem.

Frederico Carvalhão Gil foi detido em flagrante delito a vender informações da NATO a Sergey Nicolaevich Pozdnyakov, em maio do ano passado, numa operação que envolveu o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e a Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo (UNCT) da PJ, com investigadores em Itália. O antigo espião português acabou por ser extraditado para Portugal no mês seguinte, encontrando-se em prisão domiciliária desde então.

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