O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedito Júnior disse num depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil que o senador brasileiro Aécio Neves pediu doações ilegais para a sua campanha presidencial em 2014. A informação, publicada pelo jornal brasileiro Folha de S.Paulo, foi recolhida num depoimento dado na última quinta-feira por Benedito Júnior, no qual afirmou que a Odebrecht doou 9 milhões de reais (2,7 milhões de euros) não declarados à Justiça eleitoral ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

O depoimento faz parte de um processo no TSE iniciado pelo partido de Aécio Neves, o PSDB, contra a coligação da ex-Presidente Dilma Rousseff e do atual Presidente Michel Temer, que são acusados de terem usado recursos ilegais na campanha. Segundo o ex-executivo, o pedido de doação teria sido feito pelo próprio Aécio Neves, que em 2014 concorria à Presidência da República, mas acabou sendo derrotado nas urnas pela ex-Presidente Dilma Rousseff.

Além da sua campanha, o político brasileiro terá solicitado uma doação de recursos para outros políticos da sua legenda, entre eles o então candidato ao governo de Minas Gerais Pimenta da Veiga, o senador Antonio Anastasia, que foi relator do processo de destituição de Dilma Rousseff no Senado (câmara alta parlamentar) e do deputado federal Dimas Fabiano Toledo Júnior. Procurada pelo jornal brasileiro, a assessoria de imprensa de Aécio Neves confirmou que ele solicitou apoio para “inúmeros candidatos”, mas que jamais pediu que a ajuda fosse feita por meio de doações não declaradas à Justiça eleitoral. Na última quarta-feira, o ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, já havia declarado, no mesmo processo, que repassou e maneira ilegal 15 milhões de reais (4,5 milhões de euros) para Aécio Neves nas presidenciais de 2014.

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