A Federação dos Sindicatos do Setor da Pesca considera que o valor das quotas de sardinha definidas entre março e julho está de acordo com o anunciado, mas voltou a insistir que a quantidade anual é insuficiente.

“O valor vem de acordo com o que tem sido anunciado. A questão é que o valor, neste momento, parece adequado (…), mas o problema é a quantidade de sardinha anual que há a possibilidade de capturar e que é ainda insuficiente para manter a frota ocupada”, disse à Lusa Frederico Pereira, da federação.

O responsável falava a propósito das 6.800 toneladas de sardinha que os pescadores portugueses poderão capturar entre 01 de março e 31 de julho deste ano, de acordo com o despacho publicado na quinta-feira em Diário da República. Segundo Frederico Pereira, as 6.800 toneladas são “o que agora é possível” e a federação não está totalmente em desacordo, mas o valor anual que é permitido pescar ainda é insuficiente para manter a frota pesqueira ocupada.

Em outubro, a federação já tinha considerado insuficientes as 19 mil toneladas que o governo português tinha proposto como limite para a pesca da sardinha em 2017, defendendo que este valor atingisse pelo menos as 23 mil toneladas. De acordo com o despacho publicado em Diário da República, Portugal e Espanha “definiram um total de capturas de 10.000 toneladas de sardinha até 31 de julho de 2017, das quais 6.800 toneladas a capturar pela frota portuguesa. Estas medidas de gestão complementam o período de interdição adotado por ambos os países nos meses de janeiro e fevereiro”.

Segundo o despacho, a definição em concreto da “quota a dividir por Portugal e Espanha a partir de 01 de agosto de 2017 aguardará pela fixação de novos níveis de referência para a gestão da pescaria e pelo resultado do cruzeiro científico de março e abril do corrente ano”.Quanto aos montantes pagos aos pescadores e armadores por via da indemnização pela paragem da frota, o responsável diz que os pagamentos estão a decorrer dentro do que é expectável, mas sublinha que a compensação “é pouca” pois “apenas atinge dois meses de um conjunto de quatro em que a frota está parada”.

“A compensação é pouca porque apenas atinge dois meses num conjunto de quatro meses em que a frota está parada e isso é preocupante e torna de algum modo insustentável a pesca em termos anuais”, afirmou.

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