O primeiro-ministro da Somália, Hassan Ali Khaire, revelou esta sexta-feira que 110 pessoas morreram de fome nas últimas 48 horas numa única região do país, onde uma grave seca afeta milhões de pessoas. Este é o primeiro balanço de mortes devido à seca anunciado pelo Governo, desde que na terça-feira declarou uma situação de “catástrofe nacional”.

Khaire falava durante um encontro com o Comité Nacional da Seca e o balanço é relativo à região de Bay, no sudoeste da Somália. Segundo as agências humanitárias, cerca de três milhões de pessoas correm risco de fome na Somália devido à seca. O coordenador do apoio humanitário das Nações Unidas, Stephen O’Brien, deve deslocar-se à Somália nos próximos dias.

Milhares de pessoas têm-se deslocado para a capital da Somália, Mogadíscio, em busca de ajuda alimentar. Recentemente, mais de 7.000 deslocados chegaram a um centro de fornecimento de alimentos.

A seca é a primeira crise que o novo Presidente somali, Mohamed Abdullahi Mohamed, tem de enfrentar no país, muito fragilizado devido a secas anteriores e a 25 anos de conflito, que continua com ataques do grupo extremista Al-Shabab.

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A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 6,2 milhões de pessoas na Somália, o que corresponde a metade da população do país, precisam de ajuda humanitária urgente.

Segundo a agência da ONU, mais de 363.000 crianças sofrem de desnutrição grave, entre as quais 70.000 estão severamente desnutridas, precisando urgentemente de assistência.

A seca levou à propagação de diarreias agudas, de cólera e sarampo e cerca de 5,5 milhões de pessoas estão em risco de contrair doenças transmitidas pela água.