O presidente do PSD defendeu no sábado que a reação do Governo às declarações da presidente do Conselho de Finanças Públicas sobre o défice orçamental de 2016 reflete imaturidade e pouco apreço pela sociedade civil. Num jantar que reuniu em Oliveira de Azeméis cerca de 500 mulheres sociais-democratas, Pedro Passos Coelho referiu-se a recentes declarações de Teodora Cardoso sobre as medidas que permitiram ao Governo socialista cumprir o défice orçamental em 2016.

Citando a economista, o líder nacional do PSD disse concordar com a sua visão de que os resultados que permitiram ao PS cumprir as metas do défice foram obtidos com recurso a condições que “não serão repetíveis muitas vezes”. “Teodora Cardoso sempre teve um posicionamento político que não é próximo do PSD”, realçou Passos Coelho, descrevendo o Conselho de Finanças Públicas como um “organismo independente” e a sua presidente como uma profissional “competente e idónea”.

“Mas a reação que os partidos da maioria tiveram [às suas declarações] foi no sentido mais negativo que se possa imaginar: apoucando, amesquinhando, ameaçando rever a lei [que regula o modelo de funcionamento do Conselho de Finanças Públicas]”, rematou.

Para Passos Coelho, isso “não é uma atitude democrática madura, não é uma atitude de alguém que tenha uma visão tolerante do debate político e, sobretudo, não é uma atitude de quem gosta de olhar para a sociedade civil e nela apreciar instituições credíveis”.

Já antes de abordar esse tema, o líder social-democrata defendera que é cada vez mais patente a tendência do PS, PCP e BE para retomar “tiques de outros tempos”. “O discurso do Governo e da maioria revela intolerância e uma cultura empobrecedora, de quem não gosta da crítica, não aceita uma visão diferente da sociedade e gostava de impor a lei da rolha”, salientou Pedro Passos Coelho.

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