Depois de um fim de semana passado na casa de férias na Florida, particularmente prolífero em tweets irados a acusar Barack Obama de lhe ter colocado o telefone sob escuta, Donald Trump assinou nova ordem executiva que impõe restrições à imigração para os EUA.

Como a conselheira Kellyanne Conway já tinha dito no canal Fox durante a manhã, o Iraque deixou de fazer parte do grupo de países cujos cidadãos estarão, a partir de dia 16 de Março, novamente proibidos de entrar nos Estados Unidos. Síria, Irão, Somália, Sudão, Iémen e Líbia mantêm-se e os refugiados, em geral, também.

Outras retificações: os residentes permanentes com autorização de residência (vulgo green card) não entram para as contas do travel ban; os detentores de vistos dentro do prazo de validade também não.

“Quem tiver documentos de viagem ou um visto, ou for cidadão permanente de acordo com a lei, não será atingido por esta ação executiva. Além disso, o Iraque também não está na lista, por ter melhorado os procedimentos de segurança”, disse Conway.

Apesar de ter sido assinada durante a manhã desta segunda-feira, 6 de Março, a ordem executiva só foi anunciada durante a tarde, em Washington. Durante a conferência de imprensa, o secretário de Estado, Rex Tillerson, voltou a falar na necessidade de proteger os Estados Unidos, e não só, das ameaças externas: “A revisão desta ordem vai reforçar a segurança dos Estados Unidos e dos seus aliados”.

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Depois de referir que “mais de 300 pessoas que chegaram aos Estados Unidos como refugiados estão neste momento sob investigação do FBI”, e de revelar que, ao Congresso, o próprio Trump garantiu que “a maior parte dos estrangeiros condenados por atos terroristas no país, desde o 11 de Setembro de 2001, são estrangeiros”, o procurador-geral, Jeff Sessions, garantiu que desta vez a lei será mesmo cumprida. “Viajar não é um privilégio universal, sobretudo quando a segurança nacional está em causa”, reforçou.

Durante a conferência de imprensa em Washington houve ainda tempo para um agradecimento público ao primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, “pelas mudanças efetuadas no país e pela partilha de preocupações relativas à segurança nacional”.

O primeiro travel ban, assinado sete dias depois da tomada de posse, proibia a entrada nos Estados Unidos de imigrantes naturais de um conjunto de sete países de maioria muçulmana (Síria, Iraque, Irão, Somália, Sudão, Iémen e Líbia) e suspendia a admissão de refugiados no país. Enquanto não foi revogado, a 4 de fevereiro, por James Robart, juiz federal de Seattle, o travel ban provocou o caos nos aeroportos de todo o mundo e levou a dezenas de manifestações contra e a favor do 45.º presidente dos EUA.