O diretor do FBI pediu este fim-de-semana ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos para desmentir publicamente as acusações de Donald Trump a Barack Obama, de que Obama teria ordenado escutas aos telefones de Trump, avança o New York Times, porque as afirmações do Presidentes dos EUA serão falsas e têm de ser corrigidas.

James Comey, diretor do FBI, foi uma das figuras da campanha presidencial quando a pouco tempo das eleições decidiu dar conta ao Congresso dos EUA da reabertura da investigação no caso dos emails de Hillary Clinton, sendo acusado pelo campo democrata de influenciar as eleições. Agora, o diretor do FBI estará, segundo o New York Times, a pedir desde sábado ao Departamento de Justiça liderado por Jeff Sessions que desminta publicamente as acusações de Donald Trump fez no Twitter nesse mesmo dia.

As acusações de Trump de que Barack Obama terá colocado os seus telefones sob escuta durante o período da campanha são não só uma forte acusação política do qual ainda não foi conhecido qualquer fundamento, como insinuam que o FBI terá violado a lei, algo que James Comey não parece disposto a aceitar.

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Donald Trump, que acusou Barack Obama de uma operação de baixo nível e comparou o alegado caso aquela que é a maior crise constitucional dos tempos modernos nos Estados Unidos, o caso do Watergate e que terminou com o pedido de demissão de Richard Nixon da Presidência dos Estados Unidos.

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A relação entre o antigo presidente e o atual nunca foi amistosa. Donald Trump acusou Obama desde o início da presidência Obama de ter nascido no Quénia e até ofereceu uma recompensa a quem apresentasse a certidão de nascimento de Obama (algo que Obama viria ele próprio a mostrar publicamente, com o carimbo do Estado do Havaí). Durante a campanha a troca de ‘galhardetes’ foi ainda mais longe, com ataques de parte a parte, havendo uma espécie de cessar-fogo durante o período de transição.

Donald Trump tem visto a sua administração, e a sua campanha, sido fustigadas de acusações de contactos ilícitos com a Rússia. Os contactos e a forma como o processo tem sido conduzido estão a ser alvo de uma investigação precisamente pelo FBI – com o apoio do CIA, da NSA e da unidade de crimes financeiros do Departamento de Justiça – e já levou à demissão do conselheiro para a Segurança Nacional, o general Michael Flynn. Um dos seus diretores de campanha, Paul Mannafort, pediu demissão devido às suas ligações, enquanto lobista, a oligarcas russos.

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