O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional convocou uma vigília para esta quarta-feira, em protesto contra as declarações do diretor-geral dos serviços prisionais sobre a fuga de três detidos da Cadeia de Caxias. Nos próximos dias 21, 22 e 23 de março os guardas prisionais estarão em greve.

Em declarações à Lusa, o presidente do sindicato Jorge Alves explicou que as declarações de Celso Manata ao Expresso, no dia 25 de fevereiro, causaram mal-estar entre os guardas prisionais “porque só apontava para as hipóteses de a fuga ter sido possível por ter havido corrupção, dolo ou negligência dos guardas” do Estabelecimento Prisional de Caxias, em Oeiras.

No dia 19 de fevereiro, três reclusos, dois chilenos e um português, fugiram na madrugada do Estabelecimento Prisional de Caxias através da janela da cela que ocupavam, tendo dois sido capturados em Espanha. O recluso português continua fugido das autoridades.

Na entrevista, o diretor-geral de Reinserção e Serviços prisionais referiu que “houve uma denúncia de corrupção que pode explicar a fuga”, podendo ter havido “uma atuação dolosa ou negligente, por ação ou omissão, da parte do pessoal”.

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A fuga mereceu a instauração de um processo de averiguações, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção da Direção-Geral, mas segundo Jorge Alves “duas semanas após o ocorrido nenhum guarda prisional que estava de serviço em Caxias foi ouvido”. A diretoria de Lisboa da Polícia Judiciária também está a investigar o caso.

Estamos contra essas declarações e por isso vamos fazer uma vigília de protesto junto às instalações da Direção geral da Reinserção e Serviços Prisionais”, disse Jorge Alves.

O sindicalista criticou ainda a falta de condições de segurança em redor do Estabelecimento Prisional de Caxias, nomeadamente o facto de o mato não ser cortado há muito tempo, a luz ser fraca e haver algumas torres de vigia desativadas.

O mato está alto e ainda não foi cortado depois da fuga, as luzes são fracas e algumas lâmpadas estão mesmo fundidas e isso impede os guardas de observar o espaço circundante à cadeia”, acrescentou.

Nos últimos cinco anos fugiram 52 reclusos das cadeias portuguesas.