O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou esta terça-feira que apesar do sucesso intelectual internacional e do interesse académico e político pela solução governativa encontrada em Portugal, a chamada geringonça, esta “não tem funcionado bem para Portugal”.

Durante a visita ao Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB), em Lisboa, Pedro Passos Coelho estava a provar um pastel de nata e a falar sobre as exportações da marca com o responsável, quando este, em tom de brincadeira, disse que não se tratava de “nenhuma geringonça”.

Essa agora também está a ter algum sucesso intelectual lá fora, não sei se terá mais do que sucesso intelectual, mas as notícias vêm referindo o interesse de muita gente nesse tipo de solução. Eu prefiro o pastel de nata”, respondeu, a sorrir, o líder do PSD.

Mais tarde, questionado pelos jornalistas, Passos Coelho disse ter-se limitado “a constatar um facto que vem sendo noticiado pelos órgãos de comunicação, que vêm dizendo que cresce o interesse académico e não só, e até político”, pela solução encontrada em Portugal, onde o Governo socialista é apoiado no parlamento por BE, PCP e PEV.

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“Eu acho que essas questões merecem sempre ser debatidas e muito aprofundadas”, disse, ressalvando, contudo, que nem sempre o que se passa num determinado país é replicável, nas mesmas circunstâncias, noutros.

O líder social-democrata disse viver “muito confortável a continuar a achar que esta é uma solução que tem a legitimidade parlamentar que todos conhecem, mas que não tem funcionado bem para Portugal”.

Quem a estude de fora que possa também poder fazer as conclusões que lhe pareçam mais adequadas. As que nós fazemos sobre esta experiência são conhecidas cá”, sublinhou.

Passos Coelho fez uma demorada visita ao evento que decorre em Lisboa – que duas horas mais tarde contou com a visita da líder do CDS-PP, Assunção Cristas — falando com produtores dos mais variados bens alimentares e tirando fotos com muitos dos presentes.

Logo à entrada, o líder do PSD provou um gomo de uma laranja da CACIAL (Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve) e conversando com a promotora, gracejou: “esta é uma época fantástica para as laranjas. Tenho que ver se aproveito um bocadinho melhor a época”.

Um dos responsáveis pela cooperativa dirigiu-se mais tarde a Passos Coelho, recordando que nos outros anos “levava uma laranja anti-stress”, mas que “como está mais calmo agora, leva uma verdadeira”. “Eu tenho sempre calma, mas esta já não dá para o mesmo efeito”, disse.