Homens armados e vestidos com batas brancas como os médicos entraram esta quarta-feira no maior hospital militar de Cabul, capital do Afeganistão, e começaram a disparar fazendo pelo menos 30 mortos e ferindo mais de 50 pessoas, segundo confirmou à agência de notícias Associated Press o general Dawlat Waziri, porta-voz do ministério da Defesa.

O auto-proclamado Estado Islâmico (Daesh) já reivindicou o ataque na sua própria agência de notícias, a Aamaq. Segundo as informações do ministério, militantes armados com armas de fogo e granadas conseguiram entrar no hospital, que tem capacidade para 400 pessoas, depois de um deles ter detonado uma carga de explosivos junto ao portão. Depois, os homens abriram fogo sobre médicos, enfermeiros e pacientes.

Os taliban, um outro grupo extremista que domina mais áreas do país, negaram qualquer envolvimento neste ataque mas os confrontos entre os dois grupos são comuns. As forças de segurança afegãs há décadas que lutam contra os insurgentes desde que a coligação liderada pelos Estados Unidos terminou a intervenção militar, em 2014.

O Presidente Ashraf Ghani condenou os ataques durante o discurso no qual assinalava o Dia Internacional da Mulher classificando o acontecimento como “um ataque a todos os afegãos e a todas as afegãs”. Ghani disse ainda que “em todas as religiões, um hospital é visto como um lugar que deve permanecer imune a ataques. Este ataque é um ataque a todo o Afeganistão”.

Abdul Qadir, um empregado nos hospital que testemunhou o ataque disse à Associated Press, ter sido baleado por um homem vestido de bata branca. Ghulam Azrat, outro sobrevivente, disse que escapou atirando-se de uma janela do quarto andar mas que os atacantes mataram dois dos seus colegas. O ataque acontece num dos quarteirões mais seguros de Cabul, junto de embaixadas e casas de vários diplomatas. “Em todas as religiões, um hospital é visto como um lugar que deve permanecer imune a ataques. Este ataque é um ataque a todo o Afeganistão”.

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