O ex-ministro José Dirceu, durante anos braço-direito do ex-Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, foi esta quarta-feira condenado a onze anos e três meses de prisão pelo envolvimento na rede de corrupção na petrolífera estatal Petrobras.

Dirceu já havia sido condenado, em 2015, pelo envolvimento nos crimes investigados pela operação Lava Jato, relativa aos escândalos de corrupção na Petrobras e noutros órgãos públicos do país.

A nova sentença, proferida pelo juiz Sergio Moro, indica que José Dirceu trabalhou como um intermediário da empresa Apolo Tubulars, que obteve lucrativos contratos com a empresa petrolífera mediante o pagamento de luvas.

O juiz entendeu que José Dirceu recebeu 2,1 milhões de reais (cerca de 630 mil euros) ilicitamente para ajudar a Apolo Tubulars a obter estes contratos.

Sérgio Moro observou, na sentença, que “mais preocupante” é que estes eventos ocorreram entre 2009 e 2012, quando José Dirceu respondia a acusações de corrupção no Supremo Tribunal Federal (STF), reveladas num grave escândalo que ficou conhecido como Mensalão.

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José Dirceu foi preso pela primeira vez em novembro de 2013 ao ser condenado a sete anos de prisão pelo STF no julgamento do Mensalão. Treze meses depois foi autorizado a cumprir a pena em regime de prisão domiciliária.

Em 2015, ao ser envolvido nas investigações da Operação Lava Jato voltou para a cadeia.

José Dirceu ficou conhecido no Brasil por ser um dos homens fortes da campanha que levou Lula da Silva a vencer as eleições presidenciais de 2002 e acabou nomeado Ministro da Casa Civil, uma das posições de maior influência no Governo.

Em meados de 2005 foi forçado a demitir-se após se ver envolvido no escândalo do Mensalão e o cargo foi ocupado por Dilma Rousseff, que mais tarde ganhou as eleições presidenciais de 2010 e 2014.

Na mesma sentença proferida hoje, o juiz Sérgio Moro condenou mais quatro pessoas, incluindo Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu.