O primeiro-ministro timorense defendeu esta quarta-feira uma aposta renovada na melhoria das condições para que a população de Timor-Leste, especialmente os jovens com menos de 25 anos, possa alcançar o seu máximo potencial. “Acreditamos no potencial do nosso povo e especialmente dos nossos jovens. Cerca de dois terços da nossa população tem menos de 25 anos. Queremos capitalizar no potencial dos nossos jovens para impulsionar o nosso país para o futuro”, afirmou Rui Maria de Araújo, num discurso em Díli.

O chefe do Governo falava na apresentação em Díli da nova Parceria para Desenvolvimento Humano (PHD, na sigla em inglês) que abrange os principais componentes do programa de cooperação da Austrália com Timor-Leste.

Com um calendário a 10 anos e um financiamento total de 120 milhões de dólares australianos (cerca de 86,2 milhões de euros) para os primeiros cinco anos, a PHD reúne, na prática, o que até aqui eram programas individuais da cooperação externa australiana com Timor-Leste.

Uma agenda de cooperação centrada em três pilares de ação – melhorias do capital social, desenvolvimento de infraestruturas e crescimento económico – que, segundo explicou hoje o embaixador australiano em Díli, Peter Doyle, dá mais eficácia e relevância à ação australiana em Timor-Leste.

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A PHD, explicou Doyle, representa um “novo passo na nossa cooperação para o desenvolvimento” da Austrália com Timor-Leste para apoiar os esforços do Governo em melhorar o desenvolvimento humano da população. Doyle destacou as melhorias que se verificaram nos últimos anos, em áreas como eletrificação, rede móvel e estradas mas também a “”construção do capital social” em aspetos como os serviços de saúde familiar e materno-infantil, novo currículo escolar, melhorias na água nas zonas rurais e nutrição, entre outros.

Rui Maria de Araújo destacou o importante papel da parceria entre a Austrália e Timor-Leste para “fortalecer o desenvolvimento humano”, apoiando a “construir e suster uma sociedade saudável e próspera em Timor-Leste”. Um “tributo valioso aos fortes laços entre os dois países” que se traduziu numa colaboração próxima que ajuda a definir, destacou o chefe do Governo, a “rota para o futuro do desenvolvimento” timorense.

Recordando o muito que já foi feito nos últimos 15 anos, desde a restauração da independência, Rui Araújo disse que todos o objetivo é conseguir que qualquer dos jovens consiga crescer com saúde e prosperidade para alcançar o seu maior potencial. Daí que, disse, o foco continue a ser o desenvolvimento humano, criando uma “população com conhecimento e qualificações, com saúde e a viver vidas longas e produtivas, participando ativamente no desenvolvimento económico, político e social do país”.

A PHD centra-se nas áreas de saúde materno infantil, literacia e numeracia, acesso a água rural segura, saneamento básico, nutrição, fortalecimento de mulheres e raparigas e apoio aos pobres e vulneráveis.

Para o setor da saúde está destinado este ano 7,58 milhões de dólares australianos (5,44 milhões de euros), para água e saneamento 1,89 milhões de dólares australianos (1,36 milhões de euros), para nutrição 1,2 milhões (861 mil euros), cerca de um milhão (718 mil euros) para apoio a portadores de deficiência, 390 mil (280 mil euros) para proteção social e 312 mil (224 mil dólares) para a área do género.

A implementação dos vários componentes do programa será feita, no terreno, com a colaboração de entidades públicas e privadas, empresas e organizações não-governamentais timorenses e estrangeiras.