O plano de Trump para a saúde que vai substituir o Obamacare chama-se “O Melhor Plano de Saúde do Mundo“. O documento explica as medidas que vão substituir as implementadas durante a presidência de Barack Obama. O relatório de 66 páginas foi publicado no site do Congresso e é referente ao projeto de lei 1275 da Casa Branca. Já há capturas de ecrã da primeira página a circular pelas redes sociais com comentários irónicos ao título.

Captura de ecrã

O documento foi submetido por Pete Sessions à Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Na apresentação inicial do documento, Sessions reforçou que “este plano pode mesmo ser citado como O Melhor Plano de Saúde do Mundo“. Feito em parceria com funcionários do ramo da saúde e proprietários de empresas no último ano e meio, o republicano garantiu que o plano não tem “regulamentos onerosos, mandatos desnecessários ou políticas discriminatórias” e que permite aos norte-americanos “fazerem as suas próprias escolhas sobre os cuidados médicos” que querem receber.

O documento terá de sempre aprovado pela Câmara de Representantes e pelo Senado antes de chegar à secretária do presidente Donald Trump que lhe dará a promulgação final. Mas já há muitas críticas. Ainda esta terça-feira, conta a CNN, a Associação Médica Americana (AARP, de American Medical Association) disse estar contra o plano de saúde promulgado pelo Partido Republicano esta semana — o American Health Care Act. De acordo com a AARP, “este plano enfraqueceria a sustentabilidade fiscal do Medicare (sistema de seguros de saúde norte-americano), aumentaria drasticamente os custos dos cuidados de saúde para os americanos entre os 50 a 64 anos e colocaria em risco o acesso a cuidados médicos a milhões de crianças e adultos com deficiência e idosos pobres que dependem desse programa para serviços de longo prazo”.

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Democratas apresentam centenas de alterações para atrasar

O debate no congresso dos Estados Unidos para alterar o sistema de saúde criado pelo ex-Presidente Barack Obama, conhecido como “Obamacare”, começou esta quarta-feira com tensões e confrontos verbais entre republicanos e democratas. Durante o debate, os democratas acusaram os republicanos de estarem a apressar o processo no Congresso para impedir que as suas propostas sejam devidamente revistas pelos legisladores.

Durante as reuniões dos dois comités, os congressistas protagonizaram duras trocas de acusações durante o debate, tendo os democratas apresentado centenas de alterações com o objetivo de dificultar o processo.

Apesar das alterações ao projeto de lei dos republicanos não produzirem efeitos, uma vez que não têm a maioria no congresso, os democratas estão a usar estratégias jurídicas para atrasar o processo e exigem, por exemplo, que os textos sejam lidos na íntegra durante as reuniões dos comités.

O presidente de um dos comités e um dos impulsionadores do novo plano, Kevin Brady, afirmou que a lei Obama “está a entrar em colapso”, sublinhando que “o alívio está a caminho”. “O início do debate de hoje é fundamental para proporcionar a todos os norte-americanos cuidados acessíveis e é centrado no paciente, adaptando-se às suas necessidades”, disse Kevin Brady.

Por sua vez, os democratas destacaram que o atual sistema de saúde proporcionou a mais de 20 milhões de norte-americanos acesso aos cuidados de saúde e criticaram duramente a proposta dos republicanos, que prevê um corte nas ajudas aos mais pobres.

Enquanto a liderança e a Casa Branca têm apoiado o projeto, o grupo parlamentar não está unido em torno desta proposta, tendo os ultraconservadores e os moderados já manifestado reservas.