A SIC pretende despedir 20 trabalhadores e já contactou todos os visados para que se iniciem processos de rescisão de contratos. “A Impresa confirma que levou a cabo e concluiu um processo de rescisões no universo SIC”, que, segundo apurou o Observador atinge entre 15 e 20 trabalhadores. Esta decisão da empresa liderada por Pinto Balsemão tem por base a intenção de fazer uma “reestruturação em algumas áreas, com destaque para os canais temáticos”, com vista à “consolidação e reforço das audiências dos canais”, disse ao Observador o responsável pela comunicação do grupo, que não quis confirmar o número de trabalhadores atingidos por este processo.

Segundo apurou o Observador, entre as 15 e 20 pessoas contactadas está a diretora da SIC Mulher, Sofia Carvalho, que deverá abandonar a empresa. Tentámos contactar Sofia Carvalho, mas tal não foi possível. Deste universo de duas dezenas de trabalhadores, sete são da direção de informação, englobando jornalistas, repórteres de imagem e produtores. Esta quinta-feira haverá uma reunião na redação da SIC convocada pelo diretor, Ricardo Costa, que o Observador também tentou contactar, mas até agora não conseguiu.

Durante o dia de ontem começaram a chegar ao Sindicato dos Jornalistas vários relatos de que estaria em curso um processo de despedimento e por isso a estrutura sindical decidiu pedir uma reunião urgente ao Conselho de Administração da Impresa.

Cofina despede dezenas de pessoas

Não é só na SIC que está a acontecer um processo de redução de trabalhadores. No grupo Cofina, que detém o Correio da Manhã, Record, Sábado e Jornal de Negócios, entre outras publicações, também está a decorrer um processo de despedimentos que deverá afetar dezenas de trabalhadores do grupo de comunicação social.

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Esta terça-feira o Sindicato dos Jornalistas emitiu um comunicado no qual refere a “profunda preocupação” com as “informações que lhe têm chegado através de trabalhadores da Cofina, que, em parte, foi confirmado pela administração do grupo, com a qual voltou a reunir-se recentemente”. No dia 24 de fevereiro a administração do grupo reconheceu ao Sindicato que “o grupo poderá avançar para o despedimento de dezenas de trabalhadores”.

Ainda segundo o comunicado, “os administradores Luís Santana e Alda Delgado classificaram os resultados dos dois primeiros meses deste ano como ‘dantescos’, dadas as quebras nas vendas das várias publicações do grupo e também nas receitas de publicidade”. No dia 3 de março, o grupo de media emitiu um comunicado dizendo que os lucros da Cofina de 2016 foram de 4,3 milhões de euros, o que representou um recuo de 14,4%.

“O SJ entende que houve uma inversão no discurso da administração da Cofina em relação à reunião anterior, realizada no dia 30 de novembro de 2016. Se, por essa altura, estava afastado qualquer cenário de despedimento coletivo e se falava apenas na necessidade de ‘rescisões pontuais com alguns trabalhadores menos adaptados’, na segunda reunião, a administração admitiu recorrer a ‘todas as armas legais’, num ‘exercício transversal a todos os departamentos’ da empresa, para ’emagrecer a estrutura’, sublinhando que as receitas atuais não aguentam ‘a folha salarial’ corrente.”