Ao longo do tempo, a ficção científica tem provado ser uma janela para o futuro. Diversos produtores de cinema anteciparam cenários que pareciam impossíveis na época mas que, com o passar dos anos, se têm vindo a realizar. O El País selecionou 30 filmes que não se enganaram nas previsões. O Observador selecionou os 15 mais emblemáticos.

Missão Impossível 4 – Operação fantasma (2011)

O Snapchat

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O quarto filme norte-americano da saga “Missão Impossível”, protagonizado por Tom Cruise no papel de Ethan Hunt, previu a criação de uma aplicação bastante conhecida hoje em dia, especialmente pelos mais novos: o Snapchat. Numa das cenas, Tom Cruise recebe um telemóvel com uma mensagem que avisa que, em poucos segundos, se vai auto destruir. Tal como a app que nos dá acesso a imagens e mensagens a que nunca mais podemos ter acesso. Esta técnica é bem conhecida nos filmes de espiões e foi adaptada por Evan Spiegel no mesmo ano do filme, em 2011, quando criou o Snapchat.

Avatar (2009)

Os robôs militares de combate

O filme produzido por James Cameron foi também protagonista de algo que achávamos que estaria muito longe de acontecer, os robôs militares de combate conduzidos por soldados. Um avanço tecnológico a partir do uso da tecnologia 3D, já conhecido por fazer parte de videojogos, como o Mechwarrior – jogo de guerra -, que está agora a ser adaptado pela Coreia do Sul: já trabalha com tecnologias semelhantes para criar um veículo igual ao do Avatar. Também os militares dos EUA estão a desenvolver um projeto parecido, com o objetivo de aumentar as capacidades dos seus soldados.

Futurama (1999-2013)

Os robôs de cozinha

A série de animação e humor criada por Matt Groening é conhecida por retratar o impossível e ilustrar realidades paralelas que estão muito longe de acontecer. Bender, uma das personagens da série que não passa despercebida (especialmente pelo facto de ser alcoólica), protagoniza um chef de cozinha capaz de fazer qualquer receita com a ajuda dos seus braços robóticos. Agora, e inspirado nela, foi criado um robô capaz de fazer o mesmo: o Moley. A inovação promete facilitar nas tarefas domésticas e o seu lançamento está previsto para 2018.

007, James Bond (1962- )

Os smartwatches

Os filmes do 007 são conhecidos pelas suas tecnologias inovadoras e os smartwatches, sincronizados pela agente secreta Q (que se descobriu recentemente que era uma mulher) não ficaram de fora. A ideia não passou despercebida aos vários gigantes tecnológicos, que a adaptaram da ficção para a realidade. Os relógios inteligentes começaram a surgir no mercado por volta do ano de 2013 e são conhecidos por mandar e receber mensagens e executar tarefas através da fala.

Total Recall (1990)

Os carros autónomos

O filme, protagonizado por Arnold Schwarzenegger e baseado na história de Philip K. Dick que nos transporta até ao ano de 2084, ficou conhecido por um avanço tecnológico que, afinal, não estava assim tão longe como se pensava na altura: os carros autónomos, conduzidos por um piloto comandado por um computador. A Google já está a desenvolver a tecnologia e a Uber também, e testou no ano passado um destes carros em São Francisco. Mas na frente vai mesmo a Tesla.

Minority Report – A nova lei – (2002)

Os ecrãs táteis

O filme de ficção científica, protagonizado por Tom Cruise e realizado por Steven Spielberg, conta o dia a dia de um departamento da polícia especializado, que detém criminosos com a ajuda de informações disponibilizadas num grande ecrã tátil. Muitos acreditam que foi a ideia que levou ao desenvolvimento dos ecrãs sensíveis ao toque. Em 2010, John Underkoffler apresentou a TED, uma tela com funções semelhantes à do filme.

Wall-e (2008)

Os sofás em movimento

O filme da Pixar é protagonizado por um robô que aparece sozinho no mundo no ano de 2100 com o objetivo de lutar contra a poluição. Numa das cenas, aparece um sofá que se move sozinho e lhe leva comida e bebida sem ter de se mexer nem levantar. Agora, também já foi criado um sofá capaz de fazer isso, mas com rodas.

Blade Runner (1982)

As cabines telefónicas com videochamada

O filme de ficção científica realizado por Ridley Scott e protagonizado por Harrison Ford levava-nos a Los Angeles no ano de 2019, onde já era possível fazermos uma chamada de vídeo numa cabine telefónica. O conceito parece ter captado a atenção da gigante Google, que recriou o projeto e o disponibilizou nalgumas ruas nova-iorquinas.

O Exterminador Implacável (1984)

Os drones militares

O filme que levou Schwarzenegger à fama, realizado por James Cameron, transportava-nos até 2029 com a criação de um ciborgue, desenvolvido para melhorar as capacidades do ser humano a partir da inteligência artificial. Um ciborgue que tinha um trunfo: veículos voadores para fins militares, os agora tão conhecidos drones. Os militares dos EUA começaram a utilizá-los em meados da década de 90.

O Quinto Elemento (1997)

As viagens espaciais

Ainda não conseguimos ter carros voadores (no Dubai estão quase), mas o filme de Luc Besson conseguiu também prever outras coisas, como as viagens espaciais. A obra cinematográfica remonta ao século XXIII, onde as viagens ao espaço deixam de ser para fins de investigação e passam a ser turísticas. Elon Musk decidiu adotar a ideia, com a sua Space X, onde espera levar dois turistas espaciais à lua já no próximo ano. Também a Virgin, chefiada pelo empresário Richard Branson, já demonstrou que o turismo espacial é uma área que pretende explorar.

The Jetsons – Os supersónicos – (1962)

Os robôs inteligentes

A família da série de animação criada por William Hanna e Joseph Barbera vivia numa casa, no mínimo, invulgar. Lá, tinham robôs que faziam tudo, desde cozinhar até limpar. Agora, é na Ásia que várias empresas do setor tecnológico estão a desenvolver e a apostar em força nas chamadas casas inteligentes.

Black Mirror (2011- )

As apps e os insetos robóticos

A série de ficção britânica, conhecida por especular sobre temas satíricos e sombrios que dizem respeito à sociedade contemporânea – especialmente no que toca às consequências das novas tecnologias -, já abordou temas como insetos robóticos utilizados para espiar alguém ou alguma coisa e até apps capazes de localizar qualquer pessoa que conhecemos, por exemplo, saber que locais frequentaram e onde foram. A verdade é que estas inovações existem mesmo. Prevê-se que os insetos robóticos, criados por investigadores da Universidade Aeroespacial da Coreia do Sul, cheguem ao mercado em 2020. Já a aplicação, chama-se Peeple e está disponível para IOS e Android.

Her (2013)

A Siri

Her – Ela, em português – coloca a relação que existe entre o ser humano e um sistema operativo num patamar superior: a relação afetiva/amorosa. Neste filme datado de 2013 o realizador, Spike Jonze, quis abordar a dependência que alguém pode ter de um sistema operativo. Estes estão cada vez mais avançados e respondem a (quase) tudo nos dias de hoje. No filme, a trama debruça-se na história de Theodore Twombly (Joaquin Phoenix) um homem solitário que acaba por desenvolver uma relação amorosa com o seu sistema operativo, Samantha. O que Sipke Jonze abordou no filme já existia à data, no entanto, acertou quanto ao desenvolvimento acelerado deste tipo tecnologias. Hoje em dia, a Siri por exemplo, sistema operativo da Apple que se materializa numa voz feminina responde a quase, quase tudo.

O Demolidor (1993)

O sexo virtual

O filme foi lançado para as salas de cinema no início da década de 90 com as icónicas figuras Sylvester Stallone e Sandra Bullock como protagonistas, entrando para a lista dos filmes que acertaram no futuro por abordar as relações sexuais consumadas virtualmente. As personagens saltam vários anos e param em 2032 onde o sexo é feito através de… óculos. Nos dias de hoje, uma das coisas mais exploradas pelas Internet é, precisamente, a pornografia.

Mr. Robot (2015)

Ataques de hackers

Mr. Robot é uma série televisiva criada em 2015 protagonizada por Rami Malek, no papel de Elliot Alderson, um engenheiro de cibersegurança e hacker, capaz de fazer ataques piratas de grande dimensão, que sofre de transtorno de ansiedade social e depressão clínica. O filme acaba por fazer uma representação do que aconteceu em outubro passado, uma onda de ataques cibernéticos a grandes empresas e meios de comunicação, como a Amazon, Twitter, Spotify e Netflix.