A nomeação de Jay Clayton, pelo Presidente norte-americano Donald Trump, para liderar a SEC, o regulador dos mercados financeiros equivalente à CMVM, está envolta em polémica. Enquanto advogado, sócio da firma Sullivan & Cromwell LLP, Clayton teve como clientes grandes empresas Wall Street como o Goldman Sachs, o Deutsche Bank e a Tudor Investment Corporation. Clayton chegou mesmo a representar, judicialmente, a Valeant Pharmaceuticals, uma empresa que está sob investigação da SEC.

Segundo o código de ética da Securities and Exchange Commission (SEC), se Clayton vier a ser nomeado oficialmente (a audiência é dia 23), não poderá participar em quaisquer decisões ou processos que envolvam antigos clientes. Além de Clayton ter tido o Goldman Sachs como cliente, a sua mulher também trabalha como consultora para o banco — mas, neste caso, Gretchen Butler Clayton anunciou que irá abandonar esse cargo caso o marido seja nomeado para liderar a SEC.

Os conflitos de interesse que Clayton enfrenta, a confirmar-se a nomeação, irão levar a que o líder da SEC esteja limitado no raio de ação. Não é invulgar alguém ser nomeado para a SEC tendo um passado como prestador de serviços às grandes empresas de Wall Street, mas Clayton ainda é um dos principais juristas ligados ao mundo financeiro, pelo que as limitações são muito importantes.

Além de todas as empresas e bancos já citados, Clayton também esteve ou está envolvido na defesa de mais duas empresas em investigações — empresas cuja identidade não é conhecida porque as investigações são “não públicas”, de acordo com o relatório de ética que foi publicado na quarta-feira.

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